Crítica: Bruxa de Blair

O ano era 1999 e uma notícia pegou “de assalto” os novatos internautas da época: Três jovens haviam adentrado uma floresta para fazer um documentário sobre uma lendária bruxa e nunca mais foram vistos novamente. Depois de uma incessante busca pelo trio, a polícia encontra algumas fitas VHS, que montadas por um editor, mostravam o tenebroso destino dos aspirantes a cineastas. O mais chocante da notícia era o fato de que estas filmagens encontradas seriam exibidas nos cinemas com o nome de “A Bruxa de Blair” e todo o mundo teria a chance de assistir ao horror real e tentar entender o que aconteceu naqueles dias infernais dentro da floresta amaldiçoada.

Olhando para trás, é até difícil imaginar que as pessoas realmente acreditaram nessa história. Mas é preciso levar em conta que no final dos anos 90, o que a internet dizia era a mais pura verdade para quase todo o mundo… e, pensando bem, até hoje tem gente que age assim, não?!! Marina Joyce!? Alguém!??

O longa, que foi escrito, produzido e dirigido por Daniel Myrick e Eduardo Sánchez, com um orçamento de pífios 60.000 dólares, foi mostrado em um festival de filmes de horror e agradou a todos que o assistiram, chamando a atenção da gigante Warner, que comprou o filme e adicionou na equação a já citada campanha de marketing maluca. O resultado? O longa é um dos filmes mais lucrativos de todos os tempos, rendendo mais de 140 milhões de dólares no mundo todo.

Além do dinheiro, “A Bruxa de Blair” praticamente inaugurou o gênero “terror de fitas encontradas”ou os “found footage horror”, que se tornou um dos mais populares e baratos estilos de se fazer filmes. Curiosamente, pouquíssimos tiveram o mesmo sucesso e nenhum deles chegou perto da qualidade do original.

Dezessete anos se passaram e outra grande moda vêm assolando o cinema: os reboots. Ou melhor, os “Soft Reboots”, que nada mais são, do que novos filmes que emulam as sensações e os sentimentos dos longas originais, sem efetivamente repetir personagens e situações dos mesmos.

“Bruxa de Blair”, a segunda continuação – e nem vamos perder tempo aqui falando do modorrento e mal sucedido “A Bruxa de Blair 2” –  foi anunciada de surpresa e um trailer bastante familiar indicava que o caminho do soft reboot seria percorrido mais uma vez, o que criou esperança nos fãs do primeiro – como este que vos fala! – e prometeu atrair as novas gerações para a franquia.

E não é que conseguiram estragar tudo de novo!!!?

Na engenhosa – só que não – trama, o irmão de Heather, a garota que sumiu no primeiro filme, ainda a está procurando e com a dica de um lunático, vai procurá-la com seus amiguinhos que, vejam só, vão filmar outro documentário na temida floresta da cidade de Burkittsville. É claro que tudo vai dar errado e o que sobra da empreitada, são os cartões de memória das câmeras que eles utilizaram! E eu já fico imaginando a equipe de busca encontrando os minúsculos cartões no meio da mata fechada!!! Olhos de Águia!!!

Nada faz sentido… O péssimo diretor Adam Wingard, de “VHS 2” e seu roteirista, criam novas regras absurdas que transformam a terrível entidade em uma “burocrata do horror”. A cena onde o mocinho – vou chamar assim mesmo – fala para a mocinha não olhar para trás, porque a bruxa não pode atacá-los se eles não a olharem, é de chorar de rir.

A duração das baterias dos novos equipamentos variam de acordo com o que o roteiro precisa. Se um cara tem que morrer: tchau bateria da lanterna em poucos minutos! Se alguém tem que subir em uma árvore: opa! o drone está ligado a dois dias sem parar!!!!

Para finalizar, o pior: as intermináveis “jumps scares” – sustos gratuitos repentinos. O diretor é tão fraco, que não consegue filmar uma cena sequer sem aqueles efeitos irritantes de som e imagem de câmera falhando, que só existem no cinema (ruim). Praticamente todos os sustos do longa são falsos: Bam!!!! É o amiguinho! Baam!!!!!!! É um galho! Baaaaaammmmmm!!!! é um microfone falhando!

Minha sugestão: embrenhe-se na floresta mais assustadora que encontrar e encare o pior monstro do lugar,  mas não entre em uma sessão de “Bruxa de Blair”… seus ouvidos e seu cérebro agradecem!

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*Agradecimento Especial: Paris Filmes

 

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2 Comentários

  1. Não vejo filmes de terror, descobri a história e ainda dei risada no final. Valeu man!

  2. Não vejo filmes de terror, descobri a história e ainda dei risada no final. Valeu man!

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