Filho Eterno

“Filho Eterno” é um livro consagrado, escrito por Cristóvão Tezza, que retrata a dor e o sofrimento de um pai que assiste os sonhos de um futuro perfeito, para seu primeiro filho, irem apara os ares com o diagnóstico médico de síndrome de Down.

O filme homônimo, acompanha a mesma história, mas com passagens de tempo que remetem sempre a jogos importantes da seleção brasileira na Copa do Mundo de futebol. A exemplo deste artifício, temos o nascimento da criança, que ocorre antes do jogo Brasil x Itália da copa de 1982 e assim como no jogo, a confiança e a alegria dos pais era muito parecida com a dos torcedores brasileiros. Ao mesmo tempo em que o Brasil perdia neste jogo histórico, Roberto, o pai, descobre que seu filho nasceu com a síndrome de Down e toda a carga de tristeza e entorpecimento do país diante da tragédia esportiva, é refletida em seu próprio desalento paterno.

Apesar da coragem em retratar um pai que desdenha e destrata seu próprio filho inocente, o filme de Paulo Machline (“O Natimorto”) peca pelo desequilíbrio em sua narrativa e na sua execução.

A desproporção da trama deixa muito a desejar. Para um filme que quer nos mostrar a história de uma pessoa que aprende com seus erros, não podemos apenas acompanhar os problemas e os defeitos dela. Em momento algum do filme você se pegará torcendo pelo pai… muito pelo contrário! São tantas sequências de ofensas, cafajestismo e covardia, que quando chega o momento de sua redenção – que acontece tardiamente na penúltima cena do filme – nós não conseguimos “comprar” a sua metamorfose emocional.

O elenco também mostra este desequilíbrio, pois de um lado, temos o ator Marcos Veras (“Copa de Elite”) que é um ator assíduo demais em comédias e que, por mais que se esforce, não consegue de dissociar de seus papeis cômicos e do outro, temos a ótima Débora Falabella (“Lisbela e o Prisioneiro”), que apesar de atuar incrivelmente bem, recebeu um papel muito aquém de seu talento. Com a força da atriz na tela, não conseguimos entender o porquê de sua personagem não sair do entorpecimento.

Enfim, o cinema mundial continua devendo uma grande história sobre a síndrome de Down, mas é com filmes como “Filho Eterno”, que o caminho pode ser trilhado. Talvez com uma mistura mais homogênea. Nem mel, nem fel!

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*Agradecimento Especial: Sony Pictures

**Esta crítica é dedicada ao Rodrigo Foltran (O Rodrigão) e toda a sua fantástica família! Obrigado por nos ensinar que a alegria e o amor vem sempre em primeiro lugar!!

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