Crítica: Mogli – O Menino Lobo

Todos já devem estar familiarizados com a forma que a Disney encontrou para reviver seus clássicos: torna-los Live Action. Esse modelo começou com Alice no País das Maravilhas, ganhou força com Malévola e Cinderela foi o último remake lançado nessa linha. Até a última quinta, ao menos, quando Mogli – O Menino Lobo (The Jungle Book, 2016) ganhou a sua vez como Live Action! Ou quase isso, visto que somente o jovem Neel Sethi – o Mogli – é realmente “live” na adaptação repleta de CGI.

O filme reconta a história do menino órfão abandonado na floresta e criado por lobos. Porém, chega o momento em que sua presença na selva oferece risco à alcateia e Mogli, então, deve seguir para o vilarejo dos homens! O remake toma liberdade para adaptar alguns elementos da animação de 1967 (última produzida por Walt Disney) e substitui o humor pastelão do original por um tom mais sério e nada caricato, utilizando de computação gráfica de ponta para garantir realismo aos personagens animados.

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E devo dizer: A computação gráfica do filme não deve nada a ninguém, muito obrigado! O nível de detalhe e realismo para retratar os ambientes e os animais que os preenchem é surpreendente, se erguendo a altura de grandes produções como o próprio Avatar, de James Cameron! Os ambientes são muito bem construídos e – graças também ao bom trabalho do 3D – passam a sensação de imersão e realidade. O destaque aqui está para o lar do orangotango Louie que, apesar de ser um dos mais simples, é daqueles que te faz acreditar que se trata de uma locação e não de uma tela verde.

MOGLI-3Do lado das personagens, os animadores encontraram um equilíbrio muito bom para que os animais falassem, expressassem emoções e não perdessem suas características animalescas. Depois de algum tempo de filme, é natural acreditar que aqueles animais podem falar que estranhamos quando aparece alguma criatura que não tem essa habilidade. Inclusive, a dublagem original conta com um elenco de peso e está muito bem feita e dirigida, com destaque para uma das melhores uniões entre dublador e personagem desde Robin Williams e o Gênio, em Aladin: Bill Murray e Baloo!

Porém, nem tudo são flores e o filme peca ao não seguir o sábio conselho do urso. O roteiro foge do necessário e vai em busca do extraordinário! Diferente da animação que é leve e rápida, essa adaptação é mais séria e longa – quase duas horas. Isso se deve especialmente à falta de aptidão ao fazer a transição entre os atos do filme e, no fim, relacionar as aventuras do menino lobo com o grand finale, passando a impressão de uma maratona de algum seriado animado na Netflix.

Um outro problema está na falta, ou melhor, excesso de tons do filme que aparenta não ter escolhido o público alvo da produção e nem definido um ritmo a ser seguido. Essas variações são claras nas mudanças de núcleos do filme que muda de leve e infantil para dramático e sombrio num corte de imagem.

No resumo da ópera, Mogli – O Menino Lobo certamente vai agradar os nostálgicos marmanjos que viram a clássica animação e irá divertir – e assustar – a criançada. Porém, se você não está em nenhum desses grupos, dificilmente vai se tornar fã ou sair empolgado da sessão. Mas garanto que vai sair cantarolando!

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