Anônimo

Subvertendo o cinemão de ação moderno, a exemplo de John Wick (ou qualquer exemplar com Liam Neeson, para nos aproximarmos das comparações com a terceira idade, como Busca Implacável), o roteirista Derek Kolstad (que escreveu toda a franquia protagonizada por Keanu Reeves), reinventa mais uma vez o gênero, dessa vez pegando o tipo comum (na figura do ótimo Bob Odenkirk, que seria uma escalação improvável para um longa desses, a bem da verdade), para falar sobre o tiozão de classe média, que vive uma rotina maçante, até que um evento criminoso lhe serve de catarse para retomar quem realmente foi um dia (quase como um “Lester Burnham” operário e ex-militar).

O diretor Ilya Naishuller preenche todas as lacunas do roteiro com uma edição ora seca, ora estilosa, uma câmera nervosa em mãos que permite a Odenkirk closes para seus momentos dramáticos, em outros sequências de tiroteiro e porradaria de primeira linha, onde ao contrário do primo distante John Wick, não é nada invencível, ainda que seja tão habilidoso e assustador quanto.

Mantendo a improbabilidade do protagonista até boa parte da rodagem, Anônimo brinca com as expectativas e surpreende não só os criminosos, mas também o público, do começo ao fim. Um destaque especial para a cena no ônibus, que vale o seu tempo.

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