As Duas Faces de um Crime

Lembro que As Duas Faces de um Crime foi o primeiro filme a me chocar com uma reviravolta no desfecho, quando assisti no final dos anos 1990.

O diretor Gregory Hoblit adapta o livro “Primal Fear” de William Diehl, em um thriller espetacular, que há muito não vemos no cinema atual. Além da direção segura e boa fotografia, a produção se destaca de fato pelas incríveis atuações, em especial do sempre charmoso Richard Gere, da lindíssima Laura Linney e de um ainda jovem e complexo Edward Norton, durante uma década que se fortaleceu com filmes policiais, de suspense e tribunal, com advogados figurando como anti-heróis, a exemplo de A Firma, Advogado do Diabo, Tempo de Matar, Acima de Qualquer Suspeita, entre outros.

É interessantíssimo acompanhar a fome por fama e do sucesso pelo sucesso (na corte, na vida, em tudo), do protagonista Martin Vall, que mesmo aparentemente humanitário, ainda é capaz de tudo para conseguir o que quer. E do suspeito Aaron Stampler, que guarda uma perversidade estranha no meio de sua ingenuidade, de seu passado sombrio, e como seus gestos acabam servindo como uma “lição moral” para o advogado. O enredo sabe intercalar os momentos no tribunal com sequências externas que aparentemente não tem relação, até que toda a cama de gato se forme de uma maneira brilhante.

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