Occupants

A documentarista Annie Curtis (Briana White) resolve filmar seu dia a dia com o marido, Neil (Michael Pugliese), enquanto os dois fazem uma dieta rígida. Sem querer, ela acaba filmando outra realidade, onde vê uma outra versão dela e de Neil.

Annie acaba obcecada pelo casal, mas logo percebe que alguma coisa está errada na relação dos dois, e quando as duas realidades começam a se misturar, a vida de Annie e Neil passa a correr perigo.

O documentário

Occupants é um filme que trabalha no subgênero do falso doc, e faz muito sentido na trama que se use essa técnica, o roteiro, inclusive, parece ter sido pensado em função disso.

Annie Curtis é uma premiada documentarista que resolve filmar seu dia a dia, enquanto ela e o marido fazem uma dieta rígida que pretende limpar o organismo dos dois. Para tal, ela instala câmeras em todo o apartamento – com exceção do quarto do casal e do banheiro – e passa a transmitir suas filmagens editadas pela internet. No começo, tudo que acompanhamos é a vida do jovem casal e as dificuldades que eles têm em relação à dieta.

Mas de repente, Annie acaba filmando outro casal, que tem a mesma aparência e os mesmos nomes que ela e Neil, e que estão obviamente em uma crise. A partir desse momento, o foco do documentário de Annie muda e ela mesma fala isso, em uma série de vídeos onde explica para seus telespectadores da internet, e automaticamente para nós, tudo o que acontece na casa.

O terror

O terror do filme se dá justamente no casal que vem de outro universo. Primeiro porque eles são uma espécie de versão de Annie e Neil, com cabelos e roupas mais escuras e com profissões diferentes, cujo casamento está em crise e eles estão presos em uma relação nada saudável, segundo porque logo as duas realidades começam a se misturar e não só Annie é capaz de se comunicar com a sua versão, como também a outra versão é capaz de contactar Annie.

Annie então, passa a acompanhar a vida dessas outras pessoas, que aparentemente não sabem da existência dela ou de Neil, e se divertir com isso, até que a história dos dois se torna sinistra. Ao mesmo tempo, a vida de Annie e Neil se espelha em alguns aspectos da vida do casal, o que também é assustador.

A trama de Occupants prende a atenção e tem um aspecto assustador, já que não sabemos se e quando esses dois casais vão se encontrar e qual será o efeito que isso causará na vida de cada um. O fato de que existe um certo mistério na vida do casal de outra realidade, aumenta essa sensação, embora não exista muita surpresa em relação a isso.

Aspectos técnicos de Occupants

O filme usa uma técnica que é relativamente comum no gênero do terror: o falso documentário. Logo no começo, nos informam que aquelas imagens foram as últimas de Annie e Neil, que estão desaparecidos. A ideia é que quem assiste tenha a sensação de que vê uma filmagem real, mais ou menos como aconteceu com A Bruxa de Blair. Claro que a ideia já não cola mais com tanta facilidade e Occupants se aproxima mais da série Atividade Paranormal, que segue a mesma lógica.

No entanto, a ideia é interessante porque possibilita que Annie explique tudo que está acontecendo ao telespectador, através das suas transmissões onlines e sem que essas explicações soem forçadas ou façam a audiência se sentir burra.

Também em função disso, o filme não precisa de uma produção muito grande, tudo se passa dentro da casa e as únicas mudanças que existem são a decoração da casa de um casal para o outro e alguns detalhes na aparência dos personagens. A casa de Annie e Neil tem a decoração mais clara, enquanto o casal do universo paralelo tem uma casa com objetos mais escuros e tem os cabelos e as roupas mais escuras. As filmagens também não precisam de muita tecnologia, já que na teoria, acompanhamos as filmagens de Annie, que são caseiras.

A trama de Occupants é até interessante e não é tão comum em filmes de terror, o que é um ponto alto do longa. O filme prende a atenção durante bastante tempo e tem uma aura sinistra que pode agradar os fãs do gênero, ainda que ele não seja uma grande obra.