Sandman 3: Terra dos Sonhos

Me parece que o consenso de que essa Sandman 3: Terra dos Sonhos é uma das mais fracas dos quadrinhos de Sandman tenha lá seus fundamentos, pois com exceção de “Calíope” (sobre os autores que abusam de uma musa para escrever seus livros de sucesso), não tem nenhuma outra história realmente marcante ou significativa, não que faça jus à grife do moldador.

Essa visão é inclusive compartilhada por Steve Erickson, um dos autores fodões que dão as caras por aqui em textos extras (o outro é Paul Dini); textos estes, aliás, que são muito mais interessantes de se ler do que as tramas apresentadas por aqui. “Um Sonho de Mil Gatos” é bacaninha, essa vibe meio Twilight Zone (ou Black Mirror para os jovens) mas com gatos. E “Fachada” ganha certo brilho pela rápida participação da Morte, mas nenhuma que chegue aos pés do que foi apresentado antes e do que sabemos do que vem depois. “Sonho de Uma Noite de Verão” é chatérrima, embromada e bocejante, e nem mesmo a participação do mestre Charles Vess contribui aqui, pois ainda em começo de carreira, seu traço se parece com um garrancho.

O que salva mesmo, entre poucos, é o roteiro completo de Calíope, com anotações do artista e editor. Tipo de extra pra encher linguiça, já que essas novas edições de Sandman (especial 30 anos), precisam de um volume semelhante de páginas; com histórias curtas em “Terra dos Sonhos”, a solução foi expôr um roteiro do Gaiman. A graça reside justamente em ver a maneira singular que ele trabalha isso, quase como uma carta para o desenhista, um bate-papo com referências. Mas também é o tipo de extra que vai acertar mais em outros autores, do que no público geral.

Esqueçamos pois então essa janela, que logo estará chegando a Estação das Brumas.

Nome Original: Sandman 3: Terra dos Sonhos
Autor: Neil Gaiman
Editora: Panini Comics
Gênero: Quadrinhos
Ano: 2016
Número de Páginas: 160
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