45 do Segundo Tempo
É difícil categorizar um filme como “45 do Segundo Tempo”. Ele tem comédia, drama, esporte e até um pouco de road movie. Mas o melhor rótulo mesmo talvez seja “filme do Tony Ramos”, já que ninguém se dedica tanto ao filme como ele. Ele abraça o personagem, fica puto, fica triste, chama para si o filme e rouba toda cena que aparece.
Terra Nostra em 45 do Segundo Tempo
Tony Ramos, nesse filme, mete aquele italianaço de novela delicioso, paulistanão, com cantina na Mooca e reclamando das bracciola. Aí dá uma merda atrás da outra e, bem na época que ele reencontra uns amigos de infância, lá do interiorzão, ele decide que a vida deu o que tinha que dar e tava na hora do cara deixar o plano terreno. Mas, italianão que é, ele precisa ver o Palmeiras campeão antes, sorte dele que o time do filme não tá na boa fase do time na vida real, senão ele já seria campeão com umas rodadas de antecedência e o cara simplesmente seguiria com o plano de se matar.
Aí sai ele e os amigos de infância por aí, aprontando altas confusões e relembrando da melhor época da vida deles. Batendo aquela nostalgia, eles percebem o quanto estão velhos e acabados.
3 reasons why
O tema central do filme é pesado, mas é tratado de forma leve. Geralmente isso é uma boa notícia, mas no caso de “45 do Segundo Tempo”, parece que falta profundidade, que ele não é explorado o suficiente. Uma pena, porque o trio de atores tem uma química boa; e uma investida melhor nos diálogos, nas situações, uma polida marota no roteiro poderia elevar a história como um todo.
Mas o filme não é ruim não, apesar da fotografia meio novela e de um corte ou outro meio estranho. A campanha de marketing tá acertadinha em mostrar o melhor do personagem principal e o filme certamente vai ganhar pontos em cátalogos ordenados alfabeticamente, já que ter um título começando com um numeral vai puxar o filme para o topo da lista.