A Teia (2024)

Thriller com Russel Crowe no papel de um ex-investigador com alzheimer chega aos cinemas.

A Teia é um thriller policial em que Roy Freeman, personagem de Russel Crowe, um ex-detetive aposentado que está fazendo um tratamento revolucionário de alzheimer, revisita um caso de dez anos atrás, onde acredita ter cometido uma injustiça e condenado a pessoa errada à pena de morte.

Ao seguir um protagonista sem memórias da época em que o crime ocorreu, acompanhamos seus passos em tentar relembrar o assassinato do professor Joseph Wieder (Marton Csoka). Nessa busca, Roy acaba indo atrás de seu parceiro da época, Jimmy Remis (Tommy Flanagan) e dos alunos e colegas de Wieder, Laura Baines (Karen Gillan) e Richard Finn (Harry Greenwood).

A trama é construída meticulosamente e num primeiro momento, o protagonista sequer recorda coisas básicas do dia a dia, utilizando-se de post-it para se recordar até de quem é (lembrando Amnésia, de Nolan). Porém, com o avanço da obra, o tratamento de Roy começa a evoluir e certas lembranças começam a aparecer.  

Tendo em vista essas características, o filme poderia facilmente resultar em uma confusão sem tamanho, caso fosse feita de maneira muito rebuscada. Porém, neste filme, que marca a estreia do roteirista Adam Cooper na direção, a trama é coesa e as confusões existentes servem para fisgar o espectador em todo o mistério.

Crowe, mesmo sendo um ganhador de Oscar, ultimamente tem feito alguns filmes menores, que muitos consideram abaixo de seu talento (quase que um Nicolas Cage). Não sei se concordo muito com essa afirmação, pois mesmo estando canastrão, adorei ele em O Exorcista do Papa. E aqui, apesar de não ser digna de prêmios, Russel Crowe cumpre o papel de um personagem confuso, ingênuo e frágil, seja com olhares rápidos ou em como se porta diante das pessoas e conversas.  

Karen Gillan (nossa eterna Amy Pond) é a atriz que rouba a cena. Durante o longa, você fica sem saber ao certo quais são as verdadeiras intenções de sua personagem e se ela é quem realmente diz ser.

Tenho visto muitas pessoas comentando que este filme, inspirado no livro O Livro dos Espelhos, é muito previsível e monótono. Eu definitivamente não concordo. Acredito que a previsibilidade em alguns filmes não seja uma questão tão grave, se a execução for boa. Eu fiquei imerso na história que estava sendo contada, interessado nos personagens e curioso em descobrir todas as nuances do crime que permeia a obra. De fato, o filme é lento. Dividido em segmentos, cada qual referente a um personagem, muitas vezes somos apresentados a um mesmo fato sob óticas diferentes.

Mas não ter muitas cenas de ação não significa que um filme seja ruim.

Nome Original: Sleeping Dogs
Direção: Adam Cooper
Elenco: Russel Crowe, Karen Gillan, Tommy Flanagan.
Gênero: Thriller, Policial.
Distribuidora: Imagem Filmes
Ano de Lançamento: 2024
Etiquetas
Botão Voltar ao topo
Fechar