Buscando… suspense intrigante de carga dramática
Depois que a filha de 16 anos de David Kim desaparece, uma investigação local é aberta e uma detetive é designada ao caso. Mas 37 horas depois e sem pistas, David decide buscar no único lugar em que ninguém olhou ainda, onde todos os segredos são mantidos: o laptop de sua filha. Em um suspense hiper-moderno contado a partir dos aparelhos que usamos no nosso cotidiano para nos comunicarmos, Buscando vai traçar as pistas digitais deixadas pela filha antes que ela desapareça para sempre.
Buscando… ganhou o prêmio da audiência no Festival de Sundance e não é por menos. O longa conta a história de uma família comum que registra suas atividades por meio de fotos e agendas no computador. Vemos a família feliz em eventos e fotos do primeiro dia da escola da filha por vários anos. Acompanhamos o desenrolar dos fatos todos através de telas que chegam até a dar nostalgia (como o fundo de tela do Windows XP).
Pai e filha passam por um acontecimento trágico, o que pode fazer você achar que o filme é um dramalhão. Não se engane. Buscando… é um daqueles filmes que você tem vontade de ver de novo depois, só pra tentar achar as dicas espalhadas por todos os lados.
Buscando…
O pai, David Kim (John Cho), acha que conhece bem sua filha, pensa que está tudo tranquilo, etc, quando de repente, ela não responde mais às suas chamadas, nem mensagens e ninguém sabe onde ela pode estar. Aflito, David pede ajuda à polícia e então a detetive Vick (Debra Messing) é designada para o caso.
A grande sacada do diretor estreante Aneesh Chaganty, foi realizar o filme completamente através de telas. Assim, pela tela do computador vemos chamadas do celular, reportagens no YouTube, redes sociais, aplicativos de chamada de vídeo, tudo o que vemos na tela do cinema são outras telas, telas que utilizamos no nosso dia a dia, os “espelhos negros”, que tanto podem facilitar nosso cotidiano quanto roubar nossa privacidade.
Além de falar sobre adolescentes, Buscando… também nos faz pensar sobre o que colocamos nas redes sociais, sobre a credibilidade dos sites, sobre a facilidade de se criar perfis e informações falsas na rede, entre outros assuntos pertinentes à nossa realidade.
Sem spoilers
Dar detalhes de Buscando… é estragar a chance do espectador curtir a investigação, tirar conclusões, se colocar no papel do pai desesperado, porém inteligente e até mesmo divertir-se com as reviravoltas criativas do enredo. O formato pode cansar alguns, mas a história é bem contada e se sustenta.
Fora que a equipe de pós-produção teve um trabalhão para traduzir milhares de telas não deixando passar nenhum texto sem ser traduzido, o que traz ao filme uma facilidade em assisti-lo e certamente uma identificação com aqueles que gostam de abrir várias abas no navegador e sair pesquisando coisas adoidado.
Curiosidade: o filme levou somente 13 dias para ser filmado, mas levou dois anos para ser finalizado, por conta da preparação, edição e animação. Todos os sistemas operacionais de computador, programas e sites que vemos foram criados do zero e animados em computador.