Casa de Antiguidades
Um dos maiores defeitos do filme “Casa de Antiguidades“, novo longa do diretor João Paulo Miranda Maria, é ser pretensioso demais. Claro, não é o único defeito, tem muita coisa errada nesse filme, mas para atingir os pontos provavelmente pretendidos pelo diretor seria necessário um belo tratamento de roteiro e talvez também um aporte financeiro.
O roteiro é uma bagunça horrorosa, onde tudo acontece muito rápido, onde nenhum personagem é plenamente desenvolvido e onde se termina o filme odiando todo mundo. É um desenvolvimento tão ruim que, ao final, o herói é mais odioso que o vilão – e não, não é possível que o vilão-vilão termine como herói, com certeza não é esse o pensamento do diretor, o cinema nacional é bem mais esquerdista do que isso.
Casa de Antiguidades
O aporte financeiro seria legal para dar um belo tapa no filme. Para as cenas mais caras de serem filmadas, a solução foi meter a câmera na fuça de um outro personagem assistindo a cena e deixando o público imaginar o que aconteceu, pelo barulho e pela expressão do ator – e pelas cenas seguintes. Não importa se o personagem é um mero figurante que provavelmente só estava passando ali na rua na hora e foi escolhido para algum momento impactante do filme. É tudo tão mal feito que parece improvisado.
Parece que a inspiração do filme foi em um Donnie Darko tupiniquim, mas o filme chegou longe disso e a maluquice que ele apresenta não é nem de perto tão atraente.
Se tem alguma coisa que ainda se salva no filme, é que o Antônio Pitanga é realmente um belo ator e sabe ficar puto como ninguém. Ou ele só estava puto mesmo porque tinha acabado de ler o roteiro…