Crítica: 12 Horas Para Sobreviver – O Ano da Eleição
Baseado em uma ideia macabra e interessante – a de que, por 12 horas, apenas uma vez ao ano, todos pudessem cometer crimes – estreou em 2013, o razoável “Uma noite de Crime”. O filme fez um grande e inesperado sucesso no mercado americano, gerando uma quantia razoável de dinheiro para a Universal, que logo tratou de encomendar para o diretor James DeMonaco, uma trilogia sobre o tema.
No primeiro longa, tínhamos o ponto de vista de uma família abastada, que abriu suas portas para um homem pobre e negro que fugia do “expurgo” – como são chamados os crimes desta noite específica – e acabaram tendo sua casa invadida por “mauricínhos” assassinos.
É claro que o longa trazia uma reflexão – em meio a litros de sangue e membros decepados – quanto a posição social dos indivíduos na sociedade e sobre a disparidade das oportunidades entre ricos, brancos, negros e pobres.
Em seu segundo capítulo, no fraco “Uma noite de Crime – Anarquia”, o escopo é aumentado e temos uma visão mais ampla dos estragos causados pelo dia do expurgo e da real função da medida, que é dizimar a população mais pobre, para que o governo gaste menos com benefícios. Ou seja, deixar os ricos mais ricos e os pobres mais mortos!
Para a terceira parte, “12 Horas Para Sobreviver – O Ano da Eleição”, DeMonaco focou naquilo que é o assunto mais importante para os EUA neste ano de 2016: as eleições americanas!
Mesmo sem saber quem seriam os candidatos na época das filmagens, o diretor usou umas mescla dos participantes da eleição. É claro que ele não usou os nomes reais ou as figuras dos políticos, mas são claríssimas e até óbvias as intenções.
No roteiro, uma senadora e candidata a presidência americana (Elizabeth Mitchell) – baseada em Hilary Clinton, claro!! – tem como sua bandeira eleitoral, acabar com o dia do expurgo, já que ela mesma perdeu os pais nesta noite quando era criança. Do outro lado, temos um canditado religioso (Kyle Secor) – uma mistura de todos os candidatos republicanos – que quer manter a data, por achar que os Estados Unidos só estão ricos e fortes por conta do expurgo. Como ela cresce nas pesquisas, o governo decide acabar com a imunidade política no dia do expurgo somente para assassiná-la.
O resto você já imagina… muito sangue, violência filmada pornograficamente, vísceras e atuações pra lá de canastronas!! Até a discussão política se perde no mar de situações e motivações atípicas e absolutamente sem sentido.
Com um orçamento – pelo que é visto na tela – bem menor e com uma “cara”de telefilme, possivelmente este será o último passo do diretor pela franquia. Mas como existem muitos aficionados por filmes – ruins – de terror por aí, então podem esperar por mais expurgos no futuro…
[c5ab_review c5_helper_title=”” c5_title=””]*Agradecimento Especial: Universal Pictures