Crítica: Batman – A Piada Mortal (Animação)

Com certeza você já ouviu aquela expressão que diz que: “Livro é livro, filme é filme”. E também com certeza, você já se pegou afirmando que a maioria dos filmes baseados em livros são inferiores às obras nos quais eles se baseiam, não?

Essas duas frases explicam os dois lados de uma questão muito difícil do cinema, a adaptação. O mais importante é entender o que pode e deve ser transposto para a tela e de que forma ela será mais efetiva. Tudo é uma questão da escolha de quem resolve adaptar a obra e de como ela será explorada e retratada em sua nova mídia.

Existem dois tipos de adaptações comuns: a literal e a parcial. Na parcial, o argumento da obra original é preservado, porém personagens e situações podem ser alterados para uma melhor adequação. Na literal, como o nome já diz, tudo que está no original, está na tela. E é nessa segunda categoria que se encontra o novo filme da Warner Bros. Animation, “Batman – A Piada Mortal”.

Como a história da HQ de mesmo nome, escrita por Alan Moore e desenhada por Brian Bolland em 1989, não renderia um longa metragem, o diretor Sam Liu e o roteirista Brian Azzarello, criaram uma história para demonstrar a importância da Bárbara Gordon (voz de Tara Strong), a Batgirl, para Bruce Wayne (voz de Kevin Conroy). Nela, que é a melhor parte do filme, Batman e Batgirl lutam lado a lado com uma gangue que tem como seu líder, um homem com fixação pela heroína. Quando o morcego percebe a insanidade do cara e que Bárbara pode acabar se ferindo nessa missão, ou algo pior, ele decide afastá-la do caso e isso cria uma situação de atração e desgaste que fará com que ela se aposente da luta contra o crime.

A partir daí, absolutamente tudo que você vê na tela, está na HQ. Diálogos, cenários, personagens, situações…. nada é novo ou original. A história de como um homem comum se transformou no transtornado Coringa (voz de Mark Hamill) está lá do mesmo jeitinho que Moore escreveu. E isso não é um elogio…

Lembra do “Filme é Filme, Livro é Livro”?? Afinal, qual é a vantagem de se assistir algo que literalmente já está na sua estante a tantos anos??

O que na HQ funciona perfeitamente, aqui se perde com a falta de emoção. Momentos de extremo abalo no papel, viram etéreas situações no desenho. Até o final ambíguo fica meio sem sentido. Em histórias em quadrinhos, nós conseguimos entender que no meio de uma luta, as pessoas podem tem milhões de linhas de diálogo. Em um filme não e tudo acaba ficando meio sem alma.

Espero sinceramente que um dia esta maravilhosa história seja adaptada como se deve para o cinema e que da próxima vez, seja verdadeiramente um filme e não um story board animado sem graça.

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