Crítica: Batman vs Superman: A Origem da Justiça

Lá em 2007, o filme “Eu sou a Lenda”, com Will Smith, profetizou algo que naquela época parecia quase impossível: juntar os dois maiores super-heróis de todos os tempos em um filme só.
superman-batman-movie-i-am-legend-e8ffxcyc-108251Tá certo que era apenas um vislumbre de um outdoor em uma Manhattan destruída e reabsorvida pela natureza, mas naquele pequeno gesto da produção, uma faiscante centelha se acendeu nas cabeças de diversos criativos e executivos das megalomaníacas indústrias do cinema.

Nove anos se passaram e neste período fomos bombardeados com os mais variados tipos de filmes de super-heróis e, é claro que toda essa exposição e sucesso não poderiam ficar órfãos daquele que poderia ser o maior embate da história: o do Superman contra o Batman. Mas e o enredo?

Como todos nós Nerds sabemos, não existe maior representação gráfica deste verdadeiro duelo de titãs do que a já icônica e “endeusada” HQ de Frank Miller de 1986, “O Cavaleiro das Trevas”. Então nada mais simples do que adaptá-la, ok?! Infelizmente não…

Batman vs Superman – A Origem da Justiça, se utiliza abertamente de trechos e arranjos da história de Miller, mas como não é um filme do Batman, tem que dar espaço para que o personagem do Superman seja desenvolvido e, de quebra, precisa contar pela milésima vez, a origem do homem-morcego. E é claro que não podemos esquecer que este longa é uma continuação de “Homem de Aço” de 2013, ambos dirigidos por Zack Snyder,  e também é o filme que inicia a saga da Liga da Justiça. Tudo isso em entediantes duas horas e trinta e um minutos!!!

A trama, como os “trocentos” trailers do filme já indicavam, mostra um afetado Lex Luthor (Jesse Eisenberg  muito canastrão!) que incita uma luta de proporções bíblicas entre os dois heróis: Superman (Henry Cavill, mais do mesmo!) e Batman (Ben Affleck, surpreendentemente a melhor coisa do filme!). Ao mesmo tempo, o vilão cria um plano de “contingência” para o caso de um não esfolar o outro na “porradaria”. No meio de tudo isso, temos a Mulher Maravilha (Gal Gadot) e mais um punhado de aparições rápidas de outros heróis que irão compor a vindoura Liga.

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Ao término da sessão, três evidentes problemas do filme se sobressaem a todo o resto na avaliação final, são eles:

1 – A malfadada fotografia escura e ”incolor” de Snyder;

2 – A absurda falta de ritmo, que é latente, quando você se dá conta que já se passaram quase duas horas de filme e nada do embate dos dois. (minha esposa mesmo me disse que poderia tem ido comprar pipoca umas duas vezes e que não teria perdido nada de relevante!);

3 – O roteiro é incoerente e falho. Existe um “furo” tão absurdo de roteiro que, mesmo em se tratando de um filme de homens ultra fortes lutando fantasiados, fica muito difícil de engolir. Pior, esse “furo” é um fator primordial para o tal plano infalível de Luthor e sem ele, praticamente não existiria o plot do filme! Soma-se a isso, meia dúzia de sonhos desconexos dos protagonistas e mais uma infinidade de personagens coadjuvantes repetindo em looping, as frases construtivas e motivacionais mais bregas possíveis aos nossos heróis. Tudo isso para dar a eles o superlativo necessário que a personalidade excessiva dos “semi-deuses”, em tese, necessita. O artificio se mostra extremo quando até o falecido pai terreno do azulão (Kevin Costner), está de volta para mais uma ladainha sem fim!!!

Infelizmente este não é o filme com o maior embate “super-heróico” já visto na história do cinema, e também não é aquele que te fará subir na poltrona do cinema de tanta empolgação. Mas calma, também não é nada que justifique a esculhambação pública que acontece agora mesmo numa internet mais próxima de você e muito menos merece os minguados 31% de sites críticos como “Rotten Tomatoes”.

Não vamos nos desesperar a sair gritando pelas ruas que a DC/Warner não sabe fazer filmes como os da Marvel/Disney e que o universo dos filmes deles já “subiu no telhado”! Quem sabe eles não nos surpreendem com “Esquadrão Suicida” que chega agora em Agosto e, nos façam acreditar que tudo vai ficar bem no final!

Será? E você o que achou do filme?

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