Crítica: Festa da Salsicha

“Festa da Salsicha” não é uma animação para crianças, ponto. Muito longe disso!!

São quase noventa minutos de palavrões, piadas de gosto duvidoso, insinuações religiosas e muito, mais muito sexo!! Aliás, desde de aqueles filmes pornôs antigos com vegetais em profusão, que não se via tanto sexo e comida juntos em um lugar só.

Quanto à isso, tudo bem. Afinal, esta sempre foi a intenção dos realizadores do projeto – Conrad Vernon, Greg Tiernan e o pessoal da trupe de Seth Rogen, Paul Rudd, James Franco e cia. O problema, é que a estrutura do filme não acompanha essa tal pseudo ousadia do texto.

Na trama, os alimentos de um supermercado esperam que os deuses (humanos) os comprem e os levem para o que eles imaginam ser o paraíso da comida. Quando uma mostarda com mel, comprada por engano, é devolvida à prateleira, ela revela a todos qual é o real fim dos pobres seres alimentícios.

A confusão causada pela trágica notícia, resulta em um acidente que transforma uma “ducha vaginal” em um terrível vilão e também, na busca de uma salsicha perdida e sua namorada, por suas gôndolas originais.

O enredo não passa de um artifício para transformar os alimentos em uma espécie de “Toy Story” sexualizado, com piadas sobre pintos, vaginas, bundas, homossexuais, árabes, judeus, índios, negros, orgias e por aí vai… o porém, é que a execução é extremamente parecida com qualquer animação infantil de hoje em dia: um personagem se perde e precisa de ajuda para chegar em algum lugar – com muita correria, claro! – e quando ele chega, percebe que a jornada era mais importante do que o objetivo final.

Consegue-se perceber a oportunidade perdida, quando a melhor e mais transgressora cena do filme – a do terrível destino dos alimentos na cozinha – dura poucos segundos e está quase que integralmente no trailer do longa!

A dublagem e a adaptação do texto para o português foi feita pela equipe do canal Porta dos Fundos, o que foi uma ótima decisão da Sony. Muitas das boas piadas do filme advém exatamente da adequação das mesmas para a nossa língua. (Lembrando que foi esta a versão mostrada previamente aos jornalistas.)

Dica: Se você gosta do estilo dos longas do Seth Rogen – “A Entrevista”, “É o Fim” e “Segurando as Pontas”– que conta com um turbilhão de piadas e a maioria delas são um tanto bobas e infantis, você pode ir no cinema tranquilo – sem levar as crianças pelo amor de Deus!! – porque vai ficar satisfeito.

Agora, só não espere a inteligência e a ruptura “ultra hard” genuína de uma dupla como Trey Parker e Matt Stone, criadores de pérolas como “South Park: Maior, Melhor e Sem Cortes” e “Team América”.  Fuck Yeah!?

*Agradecimento Especial: Sony Pictures

Etiquetas

Deixe um comentário

Botão Voltar ao topo
Fechar