Horizonte Profundo – Desastre no Golfo

A Deepwater Horizon era uma sonda petrolífera de posicionamento dinâmico de águas ultra-profundas construída em 2001. O propósito da torre era perfurar poços de petróleo no subsolo marinho, sendo deslocada segundo requerido. Uma vez que se terminava de perfurar, a extração do petróleo era realizada por outra equipe. Em 2010, após um acidente suspeito, a plataforma explodiu e afundou, matando onze homens que nela trabalhavam.

Além do desastre humano, a explosão da plataforma causou uma das maiores catástrofes ecológicas de todos os tempos, despejando milhões de litros de petróleo cru no golfo do México, exterminando quase que totalmente a fauna local.

Era óbvio que uma história como essa se transformasse em filme algum dia, afinal, uma explosão causada por motivos estritamente financeiros e que fizeram com que até o presidente dos Estados Unidos, fosse á televisão pedir desculpas ao mundo pelo ocorrido, era óbvia demais para ser deixada para trás. O problema é que o diretor que assumiu o projeto, o Sr. Peter Berg (de “Battleship – A Batalha dos Mares”“Hancock”) , é um cara que ainda não conseguiu definir o seu estilo, e aqui, decidiu copiar “na cara dura” o seu compatriota Michael Bay (“Transformers”, “A Rocha”).

Então tome explosões a cada 30 segundos, tomadas no contra luz, excessivos planos de pôr do sol, tomadas aéreas até cansar e composição capenga de personagens. Para justificar esse “pseudo-desenvolvimento”, a cada explosão que Mike Williams (Mark Wahlberg – sempre fazendo o mesmo papel!!) escapa, temos uma tomada inútil com sua esposa Felicita Williams (Kate Hudson – a pior coisa do filme!) toda preocupada procurando notícias do marido.

A trama é aquela que você já imagina, um bando de gente que trabalhava na Deepwater Horizon – que traduziram de maneira literal para o português no título do filme “Horizonte Profundo” – e que precisam fugir dali o mais rápido possível. Dentre estes acontecimentos, temos um grande julgamento moral e nominal sobre quem foram os culpados pela grande tragédia.

Se você estiver esperando por algo abrangente a respeito do gigantesco derramamento de óleo e sobre como foi o processo de limpeza do oceano, ou mesmo acerca da enorme crise petrolífera mundial, que a perda deste poço causou para a indústria, então não perca seu tempo. O longa é pura e simplesmente um relato sobre como e porque aconteceu a explosão e de que maneira as pessoas conseguiram fugir, ou não. Salpicadas por dezenas de cenas de salvamentos heroicos e sacrifícios pessoais em prol dos companheiros. Tudo ao som da música mais gloriosa possível!!

Se existe algo de bom no filme de Berg, é a direção de arte e a edição de som. A sensação é a de que você realmente está presenciando uma calamidade exatamente onde ela aconteceu e os sons são tão cortantes – principalmente na sala IMAX, onde eu assisti o filme – que ás vezes eu até, instintivamente, me abaixei para desviar dos destroços fictícios.

No mais é só correria, dor de cabeça, um final extremamente brega e atuações abaixo da média.

Talvez até o imitado Bay pudesse ter feito melhor…

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*Agradecimento Especial: Paris Filmes

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