Crítica: Kóblic
A ditadura militar argentina foi tão sangrenta e violenta quanto a praticada no Brasil. Milhares de pessoas foram assassinadas e centenas delas ainda estão desaparecidas.
Neste contexto, vários filmes já foram feitos sobre este período de horror no nosso país vizinho. Dentre eles, os ótimos: Garagem Olimpo de Marco Becáis e Kamchatka de Marcelo Pineyro.
A trama de Kóblic, em tese, também é sobre este período tenebroso, mas por um viés diferente. Ela acompanha um oficial do exército, que precisa fugir de sua própria corporação após um evento misterioso! Que não é tão misterioso assim.
É em uma pequena cidade do interior argentino, que o capitão e piloto da marinha, Tomás Kóblic (Ricardo Darín) se refugia. Ele tenta se misturar a população local e viver uma vida simples, porém o delegado da cidade desconfia do novo forasteiro e passa a investigá-lo.
Apesar da boa sinopse, o filme não se sustenta e mostra-se apenas um pastiche recheado de clichês. Até mesmo as atuações soam carregadas e estereotipadas. Nem mesmo o ótimo Darín consegue dignificar seu personagem, algo que sempre esperamos – e normalmente recebemos – dele.
Um romance ocasional e passional; O policial corrupto que sabe tudo; O mocinho que, quando confrontado, mostra-se digno do saudoso Charles Bronson… Todos estes chavões estão em Kóblic… e muito mais!
Até mesmo a “grande” cena, mostrada aos poucos durante todo o filme, é totalmente previsível e não acrescenta nada de novo para a história.
Este segundo longa dirigido por Sebastián Borensztein – do divertido Um Conto Chinês – acaba sendo aquele ponto fora da curva de um cinema que anda muito bem das pernas e que tem tudo para melhorar ainda mais, já que a partir do ano que vem, a sétima arte será ensinada em todas as escolas da Argentina.
[c5ab_review c5_helper_title=”” c5_title=”” ]*Agradecimento Especial: Paris Filmes