Histórias Estranhas, curtas nacionais de terror
No Projeta às 7
Nessa quinta-feira, dia 23, entra em cartaz no Projeta às 7, na Rede Cinemark (alguns cinemas específicos) o filme Histórias Estranhas. Uma coletânea de curtas de suspense/terror/fantástico nacionais.
Oito diretores se reuniram para transportar o público para o mundo do terror. O horror, o bizarro e o inexplicável se encontram nesses oito contos. Apresentam assassinos, bruxas, demônios, mutantes e, até mesmo, um homem invisível.
O diretor e idealizador do projeto, Ricardo Ghiorzi, conta que a ideia de Histórias Estranhas existe desde 2015. Ele explica então sobre a escolha para a composição do filme. “O projeto veio evoluindo e sofrendo várias metamorfoses durante estes anos e para a seleção centralizou-se em curtas que tivessem ótima qualidade técnica/artística e tivessem, claro, temática sobrenatural, fantástica ou horror”.
Histórias Estranhas
O longa reuniu a produção de quatro estados brasileiros. Assim, apresenta alguns nomes do gênero fantástico como Rodrigo Brandão, que dirige o segmento “Ninguém”. Esta é história de um encontro potencialmente perigoso entre um andarilho e um casal. Um curta um tanto sem pé nem cabeça, sem nenhuma explicação. De fato, o roteiro precisava de mais desenvolvimento. Kapel Furman é responsável por “A Mão”, conto sobre uma criatura que caça cristais em seres humanos. Com certeza o segmento que mais utiliza efeitos especiais, mas que deixa tudo muito vazio.
Taísa Ennes, de “Mulher LTDA.”, mostra corpos no necrotério transformados em produtos a serem comercializados. Uma história com bastante potencial, que se utiliza de crítica e paródia para falar de um assunto sério, a objetificação da mulher. Poderia ter sido melhor explorado, mas é um bom entretenimento que gera discussão após a sessão. Tem referências ao clássico Frankenstein, Re-Animator e também a As Esposas de Stepford. Paulo Biscaia Filho é o diretor de “No Trovão, na chuva ou na tempestade”, curta meio sem graça sobre um pacto com três bruxas.
Claudio Ellovitch, de “Os Enamorados”, narra sonhos psicodélicos que não são possíveis de diferenciar da realidade; Filipe Ferreira, responsável pelo inegavelmente melhor curta do filme, “Invisível”, que conta a história de um homem invisível e suas dificuldades na vida. Este, certamente teve uma produção mais preocupada. Ricardo Ghiorzi, idealizador geral de “Histórias Estranhas” e também diretor de “Sete Minutos para a Meia-Noite”, em que retrata a espera de uma mulher para cumprir um pacto; e Marcos DeBrito, diretor de “Apóstolos”, que descreve a busca de um homem sem cabeça por cabeças para fotografar uma releitura da santa ceia.
O terror nacional
Apesar de enfrentar dificuldades como a ausência de apoio financeiro ou a pequena divulgação na mídia mainstream, o cinema de gênero vem conquistando um público fiel e crescente no país. Para quem gosta de coletâneas de terror, como Creepshow, vale conferir os curtas brasileiros em tela grande. Alguns deles podem dar a sensação de estarem inacabados, ou sem sentido, mas tem coisas que não precisam de explicação, certo?