Kompromat: O Dossiê Russo
Mathieu (Gilles Lellouche), é um francês que mora na cidade de Irkurski na Sibéria, norte da Rússia, um local inóspito e desagradável. Ele é diretor da Aliança Francesa do local, e é muito dedicado ao trabaho. Por conta da carga horária, Mathieu não tem muito tempo para passar com a família e isso acaba gerando descontentamento em sua mulher, que no passado já o traiu, além da vontade de voltar para a França, mas ele, de maneira alguma, é um pai ausente, é carinhoso com sua filha e com sua mulher.
O homem é dedicado à educação e à cultura, coisa que não é bem vista pelo governo e pelos moradores conservadores da Rússia. Por querer difundir outras culturas e visões, ele promove no teatro recém inaugurado sob sua administração, um balé em que exibe uma cena de um beijo homossexual, algo que em outras culturas é natural, na Rússia é um tabu extremo.
Com isso, Mathieu fica marcado pela FSB (após a dissolução da união soviética, a KGB foi desmembrada em FSB e SVR). Ele é preso, mesmo com provas visivelmente forjadas, sendo acusado de pornografia infantil e de molestar sua própria filha.
Kompromat: O Dossiê Russo
A trama mostra que um erro pífio pode fazer com que você seja condenado por coisas que não fez, mostrando como as coisas funcionavam na Rússia. Depois de conversar com seu advogado, o protagonista consegue uma prisão domiciliar. Antes ele passa por uma solitária e apanha de outros presos por seu crime.
O filme segue com ele tentando fugir do país e voltar para a França, correndo o risco de ser pego e preso por 10 a 15 anos. Um homem que apenas queria trabalhar e ampliar a cultura em outro país, é posto em dúvida por não andar de acordo com os gostos e a discriminação de muitos habitantes, correndo o risco de ser preso e até morto por uma acusação simulada.
Kompromat: O Dossiê Russo mostra que divergências existem e não são aceitas, e com isso, você será prejudicado podendo até perder sua vida. Seu roteiro é dinâmico, fazendo com que o espectador fique preso querendo saber o que vai acontecer. Existe aquele jogo de cenas de passado e presente, mas sem deixar o espectador confuso. Deixa o público a pensar em outras culturas e regimes que existem ainda nos tempos atuais. Mesmo com um final previsível, vale a pena assistir.