Rindo à Toa – Humor Sem Limites, doc bem humorado
Rindo à Toa investiga como a liberdade de expressão e os novos ares dos primeiros tempos da redemocratização impactaram o conteúdo de humor no Brasil. Portanto, o documentário tem como ponto de partida os sucessores de “O Pasquim” nas bancas. Eram eles: “Planeta Diário”, “Casseta Popular”, e as publicações da Circo Editorial (Glauco, Laerte, Angeli).
O filme passa pela música com as bandas que traziam a comédia em seu DNA como a “Blitz” e “Premeditando o Breque”; o surgimento da onda do besteirol no teatro e os programas de TV como o pioneiro “Armação Ilimitada”, “TV Pirata” e “Casseta & Planeta” chegando até “Sai de Baixo” e “Hermes e Renato”.
O filme reflete então, de forma bem humorada, o estilo da comédia no Brasil a partir da reabertura política em 1988. O filme aborda a gênese e nascimento dos “humoristas” nos anos 80. Os ícones do humor revisitam sua trajetória e fazem uma autocrítica sobre seus estilos. Refletem assim sobre questões como originalidade, vanguarda, limitações e contexto histórico e social.
O que esperar de Rindo à Toa
O documentário é uma continuação quase que direta do anterior, Tá Rindo de Quê?, que falava sobre o humor na época da ditadura. As duas obras são tão fluidas que se colocassem uma seguida da outra, na televisão, com pequenos intervalos, continuaria fácil e prazeroso assistir. Aliás, deve ser esse o plano das emissoras para o futuro. Afinal, todos que viveram essas épocas vão gostar da nostalgia que esses filmes trazem. E o assunto continua atual, levando em conta o momento político em que vivemos.
Tá Rindo de Quê? – Humor e ditadura
Portanto, espere rir de Marcelo Tas com seu repórter Ernesto Varela em cenas irreverentes com políticos no Palácio dos Bandeirantes (praticamente um prelúdio do CQC); Miguel Falabella e Marisa Orth falando sobre muito mais do que o Sai de Baixo; imagens de arquivo de conflitos entre manifestantes e forças armadas referentes às Diretas Já; muitos dos membros do Casseta e Planeta se divertindo ao relembrar momentos de criação em conjunto, a falta de formação em artes cênicas e tudo o que os levou a dar vida ao humor que estava presente dentro de cada um deles.
A trilha do longa também é um personagem à parte, já que há menção aos Paralamas do Sucesso, vídeos da Blitz, Joelho de Porco, do próprio Casseta e Planeta e, pasmem, chega até mesmo ao Massacration! Então, além de informativo, o documentário tem um caráter nostálgico que faz com que o público saia da sala de cinema satisfeito e com vontade de tirar a poeira dos discos. A partir de 30 de maio nos cinemas.