Rambo: Até o Fim, agora acabou?
O tempo passou para Rambo (Sylvester Stallone), agora ele vive recluso e trabalha em um rancho que fica na fronteira entre os Estados Unidos e o México. Sua vida antiga marcada por lutas violentas, mas quase sempre vitoriosas, ficou no passado. No entanto, quando a filha de um amigo é sequestrada, Rambo não consegue controlar seu ímpeto por justiça e resolve enfrentar um dos mais perigosos cartéis do México. Rambo: Até o Fim.
Sou cria dos anos 80 então lembro com carinho da minha lancheira do Rambo, meus brinquedos e até de um carnaval em que meus primos tinham a fantasia e eu gordinho morri de vergonha de sair na avenida seminu com uma faixa na cabeça. Lembro até da briga Globo/SBT em que a emissora do Silvão se recusou a começar a exibição de Rambo – Programado Para Matar enquanto a concorrente não terminasse de exibir a novela das 20h. Resultado, a Globo exibiu três capítulos enquanto o SBT manteve um aviso fixo na tela informando o início breve do filme. Eram outros tempos rs…
O mais engraçado em relação a franquia Rambo é o fato do primeiro filme ser uma obra anti militarista, que foca no trauma pós guerra e rejeição enfrentada pelos veteranos da Guerra do Vietnã nos Estados Unidos. Nesse filme Rambo apenas reage aos abusos sofridos e pasmem, NÃO MATA NINGUÉM. A única morte no longa é provocada pelo descuido do próprio defunto.
Rambo: Até o Fim
Sucesso comercial e de crítica, a sequência não demorou e em tempos de Ronald Reagan na presidência Rambo se torna o exército de um homem só que vinga sozinho a derrota sofrida frente aos vietcongues. O terceiro filme, a mais cara produção de sua época mostra nosso herói ajudando rebeldes afegãos contra a invasão soviética. Detalhe curioso, os grupos rebeldes mostrados no filme eram inspirados em grupos reais que hoje atendem pelo nome Talibã, o que levou a mudanças nos agradecimentos finais do longa.
Depois de um hiato de 20 anos e com o sucesso de seu outro papel símbolo (Rocky Balboa) Sylvester Stallone voltou com o herói em Rambo IV que agradou aos fãs da franquia e mostrou uma violência extrema em cenas no mínimo chocantes. O filme termina com Rambo voltando para sua casa no Arizona, fechando o ciclo iniciado lá no primeiro longa da franquia. Mas certo como II e II são IV (em números romanos como era feito nos anos 80) é lógico que nosso brucutu favorito ainda iria voltar a metralhar e mutilar nas telas.
O que nos leva a Rambo: Até o Fim, que volta a tratar dos traumas esquecidos desde o filme original. Rambo ainda mora no rancho de seu já falecido pai mas não vive na casa principal e sim em túneis escavados por toda a propriedade. Lá ele passa a maior parte do tempo revivendo o que viu e fez em toda sua vida.
É violência que vocês querem?
Suas únicas ligações com uma vida normal são sua empregada e a neta dela a quem Rambo trata quase como uma filha. Quando a garota desaparece numa viagem ao México, Rambo cruza a fronteira em busca de respostas. Assim, o longa lembra muito a série Busca Implacável de Lian Neeson mas aqui a violência é ainda maior e o desfecho da busca não é nada feliz.
A violência aqui é crua e nada estilizada, ossos são quebrados, membros decepados e o espectador pode até chegar a rir em algumas ocasiões devido ao exagero na violência. O filme diverte os fãs e mostra um Rambo muito mais velho e em uma última missão. Stallone ainda consegue segurar algumas cenas de ação mas esqueça a correria mostrada nos outros filmes. Esse Rambo é praticamente um Jason Voorhees, onipresente e mortal.
Como crítico achei o filme apenas OK, mas o garotinho gordinho de faixa na cabeça que ainda existe em mim ADOROU o filme. Estreia dia 19 de setembro!