Céu Vermelho-Sangue – Filme B na Netflix

Essa produção funciona melhor sob a ótica de um filme B, do que se o espectador a levar a sério. Misturando sequestro de avião, drama maternal e vampiros, o roteirista Stefan Holtz e o diretor Peter Thorwarth tentam, de qualquer maneira, realizar esse três em um, sem exatamente atingir todos os objetivos propostos. Afinal de contas, Céu Vermelho-Sangue só funciona mesmo como um filme de vampiro e não como uma história de sequestro no avião e nem como um drama maternal.

Nesse aspecto, o enredo mira muito no que foi feito no excelente Invasão Zumbi (ao tentar relacionar o terror com um desespero parental, de final acachapante), mas o que consegue é apenas uma bagunça generalizada em tela, atirando para todos os lados. Por isso, o caos que se forma, tanto no enredo, quanto na edição, acabando por funcionar melhor se visto como uma produção B, eu insisto.

Céu Vermelho-Sangue

Peri Baumeister está ótima e muito mais dramática do que seu papel pede, enquanto que Carl Anton Koch é um prodígio a se ficar de olho. Dominic Purcell está ali mais pela referência a Blade 3, do que pelo talento — que ele não tem.

A maquiagem é boa e a homenagem prestada a Nosferatu foi percebida. A composição vampiresca muitas vezes lembra mais uma contaminação zumbi, mas ok, é válida. A proposta de sequestro logo é descartada para dar lugar ao terror, enquanto que o drama (essa sim uma toada que os cineastas insistem até o fim) tropeça o tempo inteiro, desde o uso estranho dos flashbacks, até do ponto de vista (começa pela perspectiva do menino, mas logo não faz sentido, porque são as memórias da mãe que são reavivadas), com um clímax formulaico e bobo. Mas, é aquilo e mais uma vez, vendo como um filme B, ficará mais palatável.