As Marvels (2023)

Se você gostou da série da Ms. Marvel, como eu, essa produção é para você. Se o primeiro filme da Capitã Marvel não te desapontou, essa história ainda vai funcionar contigo. Nia DaCosta, que despontou com a ótima refilmagem de A Lenda de Candyman entra na fórmula Marvel com um filme pouco formulaico, ainda que um tanto quanto previsível e, como não podia deixar de ser, um vilão descartável, que está ali apenas para mover suas protagonistas.

A Carol Danvers de Brie Larson está mais sem sal do que nunca, por isso as adesões da sensata Teyonah Parris (que tal qual sua Monica Rambeau parece ainda achar onde e como se encaixar) e a sempre fofa e carismática Kamala Khan de Iman Vellani (que reflete a legítima empolgação de uma fã e do público-alvo desse longa, que são os adolescentes) acabam sendo mais do que bem-vindas. A química do trio é efetiva e o uso combinado de seus poderes, nas inúmeras trocas de lugar, funcionam todas as vezes. Aliás, essas trocas não só são bem executadas, como são responsáveis pelas melhores sequências de ação.

Os efeitos especiais estão um capricho como há muito não se via no MCU e a trilha sonora de Laura Karpman é potente, enérgica e entrega momentos épicos na medida. Entre as habituais tretas de Kree e Skrulls, temos uma nova nação alienígena, uma espécie de planeta como se retirado de um filme de princesa musical da Disney, que entrega cenas que vão gerar ou constrangimento ou diversão dependendo do espectador, mas não podemos negar a inventividade do recurso, mesmo que seja apenas para fins de zoeira. A única cena pós-crédito é sim apelativa, ainda que ofereça algo que os fãs vêm aguardando desde 2019.

As Marvels não chega a ser ridículo como o delirante Amor e Trovão e segue um passo mais firme do que Quantumania (que também me agradou), ficando naquele meio termo que o MCU produz desde Thor 2, nada marcante, ainda que também nada decepcionante. E entre os medianos, entrega uma descompromissada e nada obrigatória diversão para toda família.