Os Três Mosqueteiros
Stephen Herek (do Bill & Ted clássico) adapta um dos livros mais famosos de Alexandre Dumas, abraçando com paixão a história original e recheando o filme de símbolos típicos das produções Disney e que super combinam aqui, desde o castelo gótico e sinistro do Cardeal de Richilieu (que parece sim ter saído de qualquer animação da Casa do Mickey), até do bom humor evidenciado na figura bonachona de seus mosqueteiros, com uma narrativa deliciosa e ágil, que funciona de maneira atemporal e pode fisgar um novo público nos dias de hoje. Portanto, esqueçam daquela bobagem escandalosa realizada em 2011 e foquem nessa, o verdadeiro coração de Dumas reside aqui.
Tim Curry faz um vilão a altura de Scar ou Jafar como seu Cardeal desavergonhadamente repleto de más intenções, enquanto que Michael Wincott faz um capanga verdadeiramente malvadão na figura de Rochefort. Kiefer Sutherland, Oliver Platt e Charlie Sheen estão impagáveis como os heróis do título, com química em tela e com características muito próprias que cada um consegue evidenciar em suas atuações leves.
Rebecca De Mornay e Gabrielle Anwar sobem um nível com suas personagens de curto, mas forte impacto, à medida que Hugh O’Conor compreende a patetice de seu papel. Chris O’Donnell, galã da época, tem carisma de sobra e funciona como um D’Artagnan da Disney.
Brincadeiras à parte, é verdade que muito do que a própria Disney incorporou em suas animações e personagens, tem base não só em Shakespeare, Perrault, Andersen e os Grimm, mas também em Dumas — o pai dos plot-twists e dos figurões repletos de personalidades cativantes vem dali, certamente que sim.