Omicron, O Agente do Espaço
Uma ficção científica engraçada
Omicron, um alienígena, assume o corpo de um humano (Renato Salvatori), para aprender sobre os costumes dos terráqueos.
A ameaça espacial
Omicron, O Agente do Espaço tem uma trama relativamente simples: Angelo Trabucchi, o trabalhador de uma fábrica, morre, e um alienígena de nome Omicron resolve se apossar do corpo do homem para que possa assim, observar a humanidade e, mais tarde, atacá-la. O que acompanhamos no filme é Omicron, no corpo de Angelo, aprendendo aos poucos como é ser humano e quais são as nossas fraquezas.
O longa é de 1963 e reflete muito bem uma questão que rondava a cabeça das pessoas na época, e que transbordava para o cinema: o medo do que existia do lado de fora da Terra. Em 1963, o homem ainda não tinha chegado à lua, mas a corrida espacial já tinha começado e o que poderia ser encontrado fora de órbita era ainda um mistério que assombrava e fascinava o mundo.
Existe uma variada gama de filmes, geralmente de ficção científica, ficção especulativa e de terror, que imaginam não só o espaço, mas também a possibilidade de vida extraterreste e como seria o encontro dos humanos com essas espécies.
Omicron, O Agente do Espaço é um desses filmes, e tem uma perspectiva relativamente diversa, uma vez que aqui, os alienígenas chegam à Terra, mas são capazes de enganarem os humanos para nos observar.
Um toque de comédia
O filme é uma obra de ficção científica que tem vários elementos bem característicos do gênero, como a especulação sobre se existe e como é a vida fora da Terra e os aspectos fantásticos que estão presentes na trama, mas o filme também tem muita comédia.
Omicron, o alienígena que habita o corpo de Angelo, observa os humanos e começa a repetir o que eles fazem enquanto se comunica com uma voz que parece ser de um de seus superiores. Isso, naturalmente, dá espaço a uma série de momentos muito divertidos. No começo do filme, Angelo está no hospital, afinal de contas, ele morreu e voltou à vida catatônico e ninguém consegue explicar exatamente o que aconteceu, mas, aos poucos, percebe-se que ele não está tão catatônico assim e que ele começa a copiar o que vê. Logo vemos Angelo pulando, fumando, mostrando a língua e até dançando.
A ideia torna o filme um tanto quanto repetitivo, já que o telespectador logo percebe que Angelo sempre será apresentado a uma nova atividade e então, passará a repeti-la até que aprenda algo novo, mas o filme rende momentos engraçados e apresenta uma premissa ligeiramente variada dentro do gênero da ficção científica.
Aspectos técnicos de Omicron, O Agente do Espaço
O filme tem um roteiro que, em muitos sentidos, é original, especialmente para a época em que foi feito. O longa mergulha fundo em um tema e em um gênero bem comum à sua época, mas traz uma perspectiva diferente. Não só apresenta uma ideia diversa no tema alienígenas, como também tem momentos divertidos que fazem do longa uma comédia de ficção científica.
A comédia é o grande forte de Omicron, O Agente do Espaço e o telespectador acompanha várias cenas cômicas da jornada do extraterrestre na Terra.
De uma maneira geral, este é um filme simples, sem efeitos – mesmo porque a época de produção não os permitia como hoje -, com um elenco pequeno e poucas locações, mas que ainda consegue transmitir sua mensagem e tem um roteiro bem-feito, que segura a atenção do telespectador. A atuação de Renato Salvatori chama a atenção porque ele interpreta tanto Angelo, o homem possuído, quanto Omicron, o alienígena que o possui, e sua atuação viaja entre esses dois extremos, em alguns momentos o filme usa de muita comédia corporal e Salvatori se sai muito bem.
Omicron, O Agente do Espaço é um filme de ficção científica que tem chances não só de agradar os fãs do gênero, mas também de divertir o grande público. O filme está disponível no Belas Artes à La Carte a partir do dia 20 de janeiro.