Um Crush para o Natal
Clichê atualizado
Peter (Michael Urie) não aguenta mais ser julgado pela família porque está solteiro, por isso convence seu melhor amigo, Nick (Philemon Chambers) a fingir que é seu namorado para as festas de final de ano.
Mas quando ele chega na sua cidade natal, descobre que sua mãe, Carole (Kathy Najimy), marcou um encontro para ele com o instrutor de spinning dela, James (Luke Macfarlane) e agora Peter se vê dividido entre passar o tempo com a família ou com James, ao mesmo tempo que percebe que também sente algo por Nick.
Filme de natal
Um Crush para o Natal, como o título já deixa claro, é um filme de natal, um subgênero bem comum no cinema americano, que conta histórias, geralmente românticas, que se passam nessa época do ano. Este filme não foge muito desse tema.
Aqui acompanhamos Peter, que sempre está solteiro e sempre é pressionado pela família porque nunca apresenta um namorado, mas que esse ano resolve levar seu melhor amigo, Nick, para fingir que ele é seu namorado, para a casa dos pais naquele natal.
O longa segue praticamente todos os pré-requisitos para esse tipo de filme: ele se passa no natal, ele tem um personagem que vai voltar para a casa dos pais durante essa época e um romance é insinuado o tempo todo.
Não tão clichê
Um Crush para o Natal fica bem no meio termo entre os filmes de natal e as comédias românticas e os dois gêneros costumam ser cheios de clichês, portanto não poderia ser diferente nesse caso. Boa parte da trama do longa é bem fácil de prever, especialmente para quem está acostumado a assistir esses tipos de filmes.
É sempre importante lembrar, no entanto, que para a audiência que gosta desses gêneros, a repetição não é um problema, a graça parece ser muito mais descobrir como as coisas vão acontecer e não o que vai acontecer, uma vez que é muito fácil descobrir o desfecho do filme.
Este longa se embebeda em boa parte dos clichês, mas como acontece nas comédias românticas mais recentes, ele tenta mudar alguns elementos. O primeiro deles, é claro, é a sexualidade de seu protagonista. Peter é um homem abertamente gay, inclusive para a família, que o aceita. Um ponto interessante do filme é justamente o fato da família achar ruim que ele não apresenta nenhum namorado e não reclamar porque ele é homossexual.
Essa mudança faz também com que o romance se dê entre personagens LGBTQIA+, e ainda que o desenrolar dessa história de amor não seja especialmente criativo e que a audiência seja capaz de prever boa parte do que vai acontecer, protagonistas LGBTQIA+ ainda são minorias dentro desses gêneros em que o filme se encaixa.
Aspectos técnicos de Um Crush para o Natal
Um Crush para o Natal é um filme com um roteiro bem simples, que tem semelhanças com outros filmes do gênero, como por exemplo, Amor com Data Marcada, que tem praticamente a mesma sinopse, mas é protagonizado por um casal heterossexual. A graça da produção está muito mais em saber como que a história vai se desenrolar, já que não existem muitas surpresas.
Uma coisa interessante do filme é que ele dá bastante destaque à família de Peter e que eles por si só se tornam uma espécie de alívio cômico para a trama um pouco mais séria do protagonista. Se destacam em especial as sobrinhas de Peter, Sofia (Alexandra Beaton) e Daniela (Madison Brydges) e a tia dele, Sandy (Jennifer Coolidge).
Para além disso, o filme é perfeito para quem gosta de natal, se não pela trama, pelo menos pela decoração da casa da família de Peter, que é um verdadeiro sonho natalino. Claro que a representação que existe aqui também é bem importante, é muito legal ver um personagem abertamente gay, que é tão aceito pela família que a própria mãe marca um encontro às cegas para ele com outro homem. Ou seja, o conflito do filme não se dá, em nenhum momento, porque Peter é gay, mas sim porque ele continua permanentemente solteiro.
Um Crush para o Natal é um filme bonitinho, que tem poucas surpresas, mas que cumpre o que promete: aquecer o coração da audiência com um romance fofinho.