Dois Minutos Além do Infinito
Dois Minutos Além do Infinito é um longa amador filmado com smartphone por Junta Yamaguchi, que propõe uma espécie de looping temporal, diferente de tudo o que já vimos em outras produções por aí.
Kato é dono de um café que fica embaixo de onde ele mora. Um dia, ao voltar ao seu apartamento e ver sua própria imagem na televisão, dizendo “Eu sou o seu futuro eu. Dois minutos no futuro!”, Kato decide explorar o estranho fenômeno, desencadeando uma série de eventos, movido pela curiosidade e pelas oportunidades, principalmente quando envolve os amigos.
Com uma duração curta, Dois Minutos Além do Infinito não é uma obra que se valoriza por suas atuações (todas bem precárias, mas funcionais dentro da proposta mais cômica dessa ficção científica), e sim pela ideia e técnica. A narrativa inteira segue um plano-sequência (mesmo que falso em algumas tomadas, mas tão bem filmadas, que se tornam quase imperceptíveis), o que contribui na contação dessa história, que pede certo imediatismo aqui, certa turbulência acolá. A ideia em si, que pode dar um nó na cabeça dentre os mais inteligentes dos homens, acaba não sendo tão complexa quanto parece, pois além dos diálogos tentarem nos explicar o tempo todo o que tá ocorrendo, o próprio enredo ajuda nesse sentido.
Existem sim passagens inevitáveis de repetição, pois o público precisa conferir o resultado do “antes” ou do “depois”, mas logo que essa gramática é estabelecida, o diretor avança para situações mais pontuais, trazendo conflitos (que são bobocas sim, como se tirados da programação do Rá-Tim-Bum ou TV Globinho) e possibilidades de resolução (que acabei adivinhando bem antes também, não que seja uma grande reviravolta). Com tantos filmes tratando sobre multiversos, loopings e viagens temporais, Dois Minutos Além do Infinito se apresenta com uma proposta de explodir mentes, ao mesmo tempo divertida e bastante criativa.