O Exorcismo da Minha Melhor Amiga
Despretensioso e divertido, essa adaptação do livro homônimo de Grady Hendrix (O Exorcismo da Minha Melhor Amiga publicado por aqui pela Intrínseca), pelas mãos de Damon Thomas, se propõe a ser uma espécie de “O Exorcista para adolescentes”, que pode agradar em especial os fãs de Stranger Things, e cumpre bem o seu papel.
Situado nos anos 1980 – onde faz bom uso das referências do período para situar gostos musicais, de cultura pop e até na estética do próprio longa –, a história coloca duas garotas que são melhores amigas e tudo o que se desenrola quando uma delas é possuída. Tem cabana sinistra no meio do mato, um lago repleto de névoa, uma floresta sombria, pessoa profanada amarrada na cama e ritos de exorcismo, tudo que os fãs do gênero gostam e com alguns sintetizadores a mais.
Mas, por trás desse terror todo, a história parece querer falar sobre aceitação e não há fase melhor do que a adolescência para isso. Bullying, bulimia e homossexualidade também entram no pacote, fazendo bom uso do quarteto de meninas, muito bem vividas na pele de Elsie Fisher, Amiah Miller (os destaques), Rachel Ogechi Kanu e Cathy Ang. Mesmo assim, o roteiro assinado por Jenna Lamia, apesar de levantar bem os tópicos e começar a abordá-los de maneira divertida (inserindo momentos de puro horror em cada caso), não chega a lugar algum exatamente, e talvez isso de fato nunca tivesse sido as reais intenções do original de Hendrix.
O Exorcismo da Minha Melhor Amiga é uma sessão curta e eficiente, que faz bem a lição de casa, enquanto prova que dá para exorcizar o cramunhão com menos fé e mais proteína.