Speak no Evil

Os conflitos culturais e de dialeto são colocados à mesa nessa interessante proposta de terror psicológico, Speak no Evil, quando o diretor Christian Tafdrup coloca uma família holandesa se aproximando de uma família dinamarquesa durante uma viagem de férias e as consequências improváveis disso.

Muito inspirado pelo cinema de Roman Polanski e do próprio thriller nórdico (que se tornou um subgênero), o cineasta sufoca o espectador seja através dos diálogos, seja através das tomadas panorâmicas repletas de estranheza e, após a revelação que antecede o clímax, fica claro que ele se interessa menos pelas diferenças de cultura e mais pelas relações familiares, das armadilhas que se montam pelo caminho e das escolhas tomadas.

Speak no evil

Speak No Evil

O casal composto por Morten Burian e Sidsel Siem Koch carrega muito desse receio, do constrangimento permanente, mas também da esperança velada por uma mudança, enquanto que Fedja van Huêt e Karina Smulders nunca escondem o comportamento folgado, passivo-agressivo e cínico, o que gera ótimos momentos que variam da diversão para a tensão.

O mistério não se trata de qual lado vai promover o desastre, mas sim o que vai levar a isso. Confiando na inteligência de seu público, Tafdrup investe na compreensão da série de eventos inevitáveis, com um desfecho trágico memorável, que todo bom terror merece, enquanto torce o coração do espectador com dúvidas e falsas expectativas.

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