Resurrection

Rebecca Hall rouba a cena em Resurrection, mais um filme feito para enaltecer seus tributos. Em dado momento, ela tem um tenso e espetacular monólogo falando sobre os abusos que viveu no passado com o ex tóxico. Só por essa cena, ela já merecia considerações nas premiações.

A história é um suspense psicológico pelo ponto de vista da protagonista, portanto com alguns vieses não confiáveis, até considerando que após um gatilho (a filha fez 18 e finalmente vai sair de casa para morar em uma república), a personagem de Hall passa a ver uma figura que marcou sua vida para sempre, enquanto o espectador tenta decifrar o que é real ou imaginário, dentro desse ambiente traumático. A maneira como a atriz demonstra pavor e ansiedade são marcantes. O lado sensorial do filme é muito potente, assim como a própria construção do suspense.

Por outro lado, a excentricidade apresentada pelo personagem de Tim Roth, que não cabe apenas dentro do patamar de um relacionamento tóxico, indo além, soa por vezes absurdo demais, o que pode tirar alguns espectadores da premissa. O clímax, que abraça um lado gore, também parece destoar da proposta inicial. Mas as interações de Hall com Roth, e com as jovens Grace Kaufman e Angela Wong Carbone, denotam química e trazem questões relevantes dentro do tema. No mais, Resurrection, que é muito mais filme na primeira parte, ainda é uma interessante experiência sensorial.

Etiquetas
Botão Voltar ao topo
Fechar