Indiana Jones e a Relíquia do Destino (2023)
James Mangold joga no seguro com um filme burocrático, mas ainda divertido, que remete aos melhores momentos desse, que é o meu herói da infância. Com diversas sequências de legítima aventura, Relíquia do Destino não abusa dos efeitos especiais como a Caveira de Cristal, mas também não sabe dosar o charme da trilogia clássica, ficando num bom meio do caminho.
O CGi aplicado no astro na cena inicial, alterna entre o vale da estranheza e o bem executado, mas apresenta um bom vilão na figura do sempre ótimo Mads Mikkelsen. O plano maligno, tal qual o item da vez, são bem interessantes, ainda que o potencial sobre tais não seja tão bem explorado. Phoebe Waller-Bridge e Toby Jones estão bem, mas já fizeram melhor antes. As escassas participações especiais ou sequências de fanservice, são insípidos, ainda que possam tirar um ou outro sorrisinho. Harrison Ford tem lá seus momentos, inclusive emulando seu eu-jovem muitíssimo bem, carismático e sacana, no flashback, mas seu idoso apático (com raros momentos reconhecíveis) parece distanciar a figura icônica que o cinema aprendeu a amar.
O desfecho tinha tudo para ser ousado e fechar de maneira emocionante a jornada desse herói, mas faz uma escolha segura, que não é ruim, porém agridoce, e deixa em aberto algo que deveria ser encerrado com chave de ouro. Esse quinto filme vale pela nostalgia e pelas cenas típicas de aventura, mas não vai além.