Musicais: Hair, de 1979
Sinopse: Claude (John Savage), um jovem de Oklahoma que foi recrutado para a guerra do Vietnã, é “adotado” em Nova York por um grupo de hippies comandados por Berger (Treat Williams), que como seus amigos tem conceitos nada convencionais sobre o comportamento social e tenta convencê-lo dos absurdos da atual sociedade. Lá Claude também se apaixona por Sheila (Beverly D’Angelo), uma jovem proveniente de uma rica família.
Lançado em 1979, Hair era originalmente um musical Off- Broadway, que estreou em outubro de 1967. Em 1968, o musical estreou na Broadway, tendo tido 1750 apresentações.
Hair conta a história de Claude (John Savage), um jovem que chega em Nova York para se alistar na guerra do Vietnã, e conhece um grupo de hippies, liderados pelo simpático Berger (Treat Williams).
O filme é obviamente uma critica a guerra do Vietnã, embora Claude de fato queira se alistar, ele é o único personagem do filme que quer fazer isso. Uma das primeiras cenas do filme mostra os hippies queimando as suas convocações.
O filme se passa nos anos 60, então, ele naturalmente trata de muitos dos assuntos que tiveram em pauta nessa década, como os direitos civis dos negros. Um terço do elenco de Hair é composto por atores negros, e algumas das músicas falam sobre racismo e preconceito. Outro assunto que aparece o tempo todo no filme é o uso de drogas, especialmente as alucinógenas, muito comuns no movimento Hippie e que tiveram seu auge nos anos 60. O filme tem uma cena ótima que mostra Claude tomando acido pela primeira vez e nós assistimos tudo do seu ponto de vista, acompanhando o personagem em sua sua viagem.
Hair também fala sobre a liberdade sexual, um dos pilares da revolução comportamental dos anos 60. Jeannie (Annie Golden), a única moça no grupo de hippies, está grávida, e não sabe quem é o pai de seu filho. O grupo brinca que se o bebê nascer branco, eles saberão que é filho de Woof (Donnie Dacus) e se nascer negro, eles saberão que é filho de Hud (Dorsey Wright), deixando claro que o grupo é praticante do amor livre. O mesmo Woof, diz em certo momento que ele não expulsaria Mick Jagger da sua cama, numa alusão clara a bissexualidade, super moderna para a época.
Claude, por sua vez, é um rapaz de 18 anos, que é virgem (como diz a música Donna), apaixonado por uma rica socialite (Beverly D’Angelo) e o momento em que ele vai de fato consumar o ato, é também o momento que acontece a grande reviravolta do filme.
O filme também fala de religiões fora do círculo católico e cristão, como o Hare Krishna.
Todos esses elementos fizeram de Hair um filme que chocou na época de seu lançamento, mas também um filme que definiu toda uma geração, já que ele fala diretamente com todo mundo que foi jovem na década de 60. Os anos 60 foram uma década cheia de mudanças sociais e comportamentais, marcada por diversos protestos no mundo todo, aonde a juventude acreditava que de fato podia mudar o mundo e Hair é a direta representação de tudo isso.
O filme começa com a música Aquarius, que anuncia a chegada da era de Aquário, uma era que, segundo a música, seria de compreensão e harmonia, sem guerras e com muita paz. É impossível desgrudar o olho da tela depois disso.
Diferentemente de Cabaret, que tem números musicais basicamente no palco, Hair tem números musicais em todos os lugares, inclusive dentro da mente dos seus personagens. As músicas são extremamente bem escritas, além de Aquarius e Donna, o filme também conta com Let The Sunshine In, Manchester England, I Got Life, Black Boys/White Boys e a música que dá nome ao filme, Hair.
O nome Hair faz referência ao cabelo grande que os hippies usavam no anos 60, e que tanto enfurecia seus pais. Em uma das cenas, a mãe de Berger reclama que o cabelo do filho está muito comprido, e mais tarde nos versos da música Hair, ele diz: “My hair like Jesus wore it, Hallelujah I adore it, Hallelujah Mary loved her son, Why don’t my mother love me?”. O cabelo é a ultima resistência de Berger ao mundo adulto no final do filme.
Hair é cheio de personagens interessantes, que deixam impossível não torcer por um final feliz. Berger é sem dúvida nenhuma, o personagem mais divertido e mais carismático do filme.
Responsável por retratar toda uma geração, Hair é um musical emocionante e divertido que merece ser assistido.
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