A Escola do Bem e do Mal
“Harry Potter” encontra “Meninas Malvadas” em A Escola do Bem e do Mal, essa adaptação dos livros de Soman Chainani, que parece uma autêntica produção da Disney, por mais que tenha o selo Netflix.
O filme narra a história de duas garotas que vivem em um mundo de contos de fadas e vão parar num instituto dividido entre o preto e o branco, cada qual jogada para um lado e lidando com tudo o que tem de bom e ruim em cada parte, mais ou menos como as casas de Hogwarts habitadas por figuras saídas de Once Upon a Time ou Descendentes, mas sem realmente se aprofundar na complexidade dessa dicotomia, de que não existe só mal ou bem e que uma escala de cinza é o mais aproximado do que teremos (essa bola é até levantada, mas não atravessa a rede).
A Escola do Bem e do Mal
Paul Feig (do Caça-Fantasmas de 2016) realiza uma direção bastante consciente de sua breguice, portanto divertida até onde dá e com bom uso dos efeitos especiais, apesar da narrativa telegrafada quanto ao desenvolvimento de personagens e reviravoltas finais. As protagonistas interpretadas por Sofia Wylie e Sophia Anne Caruso tem carisma o suficiente para segurar a bronca, apesar de apenas a primeira realmente se revelar um talento no papel. Charlize Theron, Laurence Fishburne, Michelle Yeoh, Kerry Washington e a voz de Cate Blanchett estão ali apenas para enfeitar o bolo, mas não são tão bem aproveitados quanto poderiam.
Como entretenimento escapista e pagador de tributos para uma fantasia leve em um mês tenso, A Escola do Bem e do Mal é bastante honesta e acaba sendo uma boa opção para um programa em família.