A Química que Há Entre Nós

Trauma e romance

Henry Page (Austin Abrams) é um adolescente dedicado à sua futura carreira e que sonha em ser editor do jornal da escola, mas ele é escolhido para dividir a função com Grace Town (Lili Reinhart), uma aluna nova, que tem uma deficiência na perna.

Henry logo se apaixona por Grace, mas ela tem um passado traumático que não consegue deixar para trás.

A Química que Há Entre Nós é inspirado no livro de mesmo nome, de Krystal Sutherland.

Henry e Grace
Henry e Grace

Um romance trágico

A Química que Há Entre Nós é um romance com aspectos de drama, que surfa em sucessos recentes do cinema também adaptados de livros, como A Culpa é das Estrelas e A Cinco Passos de Você. A ideia é retratar um casal que se apaixona de maneira quase idílica, mas que não pode ficar junto por algum motivo trágico, geralmente uma doença. Como esses personagens sabem dessa doença desde o começo, o romance então, tem ares de agora ou nunca. A Química que Há Entre Nós entretanto, é um pouco diferente.

O filme acompanha Henry, um adolescente extremamente romântico, mas que nunca se apaixonou e que se dedica a uma futura carreira, seu plano imediato é se tornar editor do jornal da escola, e Grace, uma aluna nova que sofreu um trauma no passado e está obviamente perturbada, mas que está tentando começar de novo. Henry se apaixona por Grace, que parece ser mais experiente e é muito misteriosa, e ela parece gostar de Henry também, embora não demonstre isso com muita clareza.

Aqui o que atrapalha o casal não é nenhuma doença física, mas sim os traumas que Grace carrega.

O filme tem elementos bem realistas
O filme tem elementos bem realistas

Traumas do passado

Quando o filme começa, sabemos pouco sobre Grace, acompanhamos a trama do ponto de vista de Henry, então Grace é a aluna nova com quem ele tem que dividir o cargo e que se recusa a se comunicar ou sequer contar alguma coisa para ele. Mas existe um certo fascínio no mistério que é Grace, e é isso que segura o filme durante bastante tempo.

Está claro que Grace está traumatizada e tem alguma questão no seu passado que ela não consegue superar, ela se comporta de maneira estranha, é evasiva, parece não prestar atenção no que acontece ao seu redor e se recusa a se aproximar de pessoas novas. Henry percebe esses comportamentos, mas não parece notar que ela está perturbada e, por isso, segue insistindo na relação e sempre na expectativa de um romance, afinal, ele é assumidamente romântico.

Grace, por outro lado, também parece gostar de Henry, embora mande sinais confusos, às vezes fica claro que ela está interessada, em outras, ela nem nota a presença dele. Claro que o comportamento dela vai ser explicado ao longo do filme e de certa maneira, faz sentido, mas o que acompanhamos, na realidade, está distante do romance ideal, já que a relação é um tanto quanto depressiva e que fica sempre no ar a sensação de que algo vai dar errado.

A Química que Há Entre Nós fala sobre traumas
A Química que Há Entre Nós fala sobre traumas

Aspectos técnicos de A Química que Há Entre Nós

O que temos aqui é um romance, mas não dos mais clássicos, isso porque embora a relação de Henry e Grace de fato se concretize, em momento algum ela é retratada como idílica, ou fofinha, ainda que os dois tenham momentos felizes, existe sempre uma sombra no namoro. Nesse sentido, o filme tem aspectos bem realistas, já que ele trata de temas até pesados, como o trauma, que está presente na vida de Grace.

O roteiro trabalha com dois personagens bem opostos, como os romances costumam fazer com uma certa frequência, de um lado está Henry, que é animado, romântico e espera o melhor da vida, do outro Grace, que está depressiva e triste, e que já viu o quão terrível a vida pode ser. O natural seria um balancear o outro, mas A Química que Há Entre Nós toma outros caminhos, que são mais interessantes.

Os protagonistas se saem bem em A Química que Há Entre Nós
Os protagonistas se saem bem

O filme funciona também porque seus dois protagonistas Lili Reinhart e Austin Abrams estão bem em cena, eles também se saem bem em dupla e são críveis como casal.

A ideia de A Química que Há Entre Nós não parece ser retratar um romance adolescente tradicional e ele também escapa um pouco dessa categoria de filmes adolescentes onde os personagens se apaixonam, mas são separados por doenças terríveis e terminais, no entanto, ele se sai bem na maneira que mostra as doenças emocionais e psicológicas, o que é, pelo menos, diferente.

A Química que Há Entre Nós

Nome Original: Chemical Hearts
Direção: Richard Tanne
Elenco: Lili Reinhart, Austin Abrams, Sarah Jones, Shannon Walsh, Bruce Altman
Gênero: Romance, Drama
Produtora: Amazon Studios
Distribuidora: Amazon Prime Video
Ano de Lançamento: 2020
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