Andor – Star Wars pra adulto
Quando recebemos o convite para assistir os primeiros episódios de Andor no cinema, topei imediatamente. E o grande culpado disso foi a série “Os Anéis de Poder“, da Amazon. Enquanto assistia aos dois primeiros episódios eu estava simplesmente maravilhado, pensando “Isso é uma série para se assistir em tela grande”.
Por sorte, Andor também é. É uma produção Star Wars caprichada, rica em detalhes. Os três primeiros episódios te ambientam muito bem no mundo onde a história se passa, que definitivamente é um mundo Star Wars, mas talvez não seja o que estamos acostumados.
Star Wars para adultos
A dura realidade, que nenhum fã de Star Wars gosta de admitir, é que a franquia não passa de um conto de fadas no espaço. Tem princesas sendo salvas por cavaleiros, personagens auxiliares só para alívio cômico, cargos monárquicos hierárquicos, briga de nave espacial fazendo “pew! pew!”, bichinhos fofos para vender pelúcia, cortes de cabelo inusitados e briga de poderes mágicos. É tudo muito infantil, adulto gosta porque a gente é retardado mesmo e porque tá tudo bem gostar de coisa infantil, a Marvel tá aí enriquecendo há 20 anos.
Mas, depois que a Disney investiu o PIB de um país africano para adquirir a franquia, faz todo sentido explorá-la ao máximo, com todos os tipos de público.
A série Andor é, finalmente, uma bem-vinda história destinada ao público adulto. A série não demora a estabelecer essa classificação aí: a primeira cena da série mostra um personagem entrando em um bordel. Não uma cantina, como seria típico de Star Wars, e nem mesmo um bar… Mas ele vai em um puteiro espacial mesmo, com hologramas de pole dance e mulheres de cabelo inusitado oferecendo seus serviços.
Os personagens não se limitam a militares: eles finalmente trabalham e estão preocupados em manter seus empregos. Eles têm que abrir e fechar a lojinha e produzir relatórios burocráticos para chefes imbecis. Eles têm problemas financeiros e não me surpreende se tiverem que pagar um boleto lá pelo sexto episódio.
E tudo isso sem perder aquela deliciosa ambientação Star Wars, com avançada tecnologia enferrujada, robôs de personalidade fofa (a grande adição da vez é um robô gago), arminhas fazendo “pew! pew!” e naves espaciais muito maiores por dentro do que por fora.
Vale ver Andor?
Além da produção caprichadinha, é uma delícia ver Diego Luna ganhar um bom espaço no Universo Star Wars, já que ele era, até agora, o mais deslocado do time de Space Latinos (composto por Diego Luna, Oscar Isaac e Pedro Pascal).
Mas, como só nos foram exibidos os três primeiros episódios (ainda bem, eu tinha coisa pra fazer no outro dia de manhã), de uma série de 12, fica difícil julgar se vale a pena ou não. Com 75% da história ainda pra acontecer, tem muito espaço para Star Wars cagar tudo de novo.
Eu, que não estava lá muito entusiasmado, vou dar uma chance para o resto da série. Os dois primeiros episódios foram meio mornos, mas o terceiro episódio foi excelente e colocou todas as engrenagens pra rodar. É uma introdução longa, mas provavelmente necessária para posicionar todas as peças em seu devido lugar no tabuleiro. É uma história de espionagem, não mais uma aventura de pai solteiro como as últimas que chegaram na cultura pop (apesar de ter um arco de mãe solteira aí no meio). Foi o suficiente para me deixar curioso com o que vem por aí.