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  • CríticasPhoto of Hypnotic: Ameaça Invisível (2023)

    Hypnotic: Ameaça Invisível (2023)

    Filme de Robert Rodriguez (em sua carreira super instável entre maravilhas e horrores) parece ter saído diretamente do início dos anos 2000, com uma história de ação genérica, diálogos constrangedores e resoluções que você já viu diversas vezes antes. Por isso, também, colocar Ben Affleck como protagonista, parece um acerto. O astro, junto de Will Smith, era a “cara” de produções desse tipo vinte anos atrás — e nada me remete mais do que a O Pagamento. Um homem desmemoriado, às voltas com uma mulher que sabe mais do que aparenta, tendo de resolver uma conspiração que flerta com a ficção científica e a fantasia. Nesse caso, temos uma espécie de super hipnotizadores, que vão além da pseudociência e abraçam o que Jean Gray é capaz de realizar nos X-Men. Isso, claro, rende seus bons momentos, tanto de ação, quanto de perseguição, paranoia e diversas tomadas reconhecíveis no gênero, como a fonte suspeita, o cara excêntrico da tecnologia que reside em um local inóspito, o vilão imbatível e insaciável, a criança que é a chave de tudo etc. Mas é justamente brincando com esses estereótipos, que no fim das contas o diretor tem seus acertos, com uma grande virada no …

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  • CríticasPhoto of O Exorcista – O Devoto (2023)

    O Exorcista – O Devoto (2023)

    O thriller proposto na primeira metade do longa, com o desparecimento das meninas e a aflição dos pais, até que é boa para os padrões de obras policiais. O elenco, com ressalvas, consegue manter certa qualidade, principalmente na figura de Leslie Odom Jr., que carrega o filme nas costas por boa parte da rodagem. As adolescentes Lidya Jewett e Olivia O’Neill também se esforçam, mas quando estão possuídas, parecem um rascunho cafona do que Reagan foi um dia. Sendo uma espécie de continuação e ao mesmo tempo revisitação do clássico de William Friedkin, O Devoto segue seu próprio rumo, renunciando a qualquer signo que possa remeter ao original — e o que poderia ser um tributo (como a ideia de vários sistemas de crença combatendo o mal, ao invés de apenas um), se torna sua principal miséria. Da trilha sonora desperdiçada ao máximo, até o uso pífio de Ellen Burstyn no resgate de sua personagem, tudo nesse filme parece ser feito a toque de caixa, desinteressado. As cenas de exorcismo, que são marca registrada dessa “franquia de um filme só” (ou que deveria ser de um filme só, convenhamos), não impactam, apesar de um ou outro momento mais inspirado. Com …

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  • SériesPhoto of One Piece – A Série – 1ª temporada (2023)

    One Piece – A Série – 1ª temporada (2023)

    Divertido e aventuresco, versão prova que a Netflix encontrou a receita certa para adaptações de animes e mangás, finalmente. Sempre comento que nunca passei da Red Line nos mangás criados por Eiichiro Oda, quando os li no começo dos anos 2000. Conheço tanto sobre One Piece, quanto manjo de Star Wars, ou seja, só na superfície, só por alto, mas o suficiente. Mesmo assim, estou décadas (literalmente) para trás dos verdadeiros fãs do mangá, ainda que algumas léguas adiante dos leigos totais. Independente dessas medições, a série da Netflix concretiza algo que até vinha se provando quase impossível: a dificuldade quase doentia de Hollywood ou do ocidente em conseguir adaptar animes sem soar absurdo como um Dragon Ball Evolution (ainda que Alita: Anjo de Combate, já fosse um ótimo passo nesse sentido); até mesmo entre os japoneses, vide que seus live-actions muitas vezes ficam no meio do caminho (ainda que Bleach e Rurouni Kenshin tenham sido bem decentes). A série de One Piece funciona em tudo o que se propõe, do texto ao visual. Com cenários deslumbrantes, filmados em localizações reais, ao invés da aplicação exagerada do fundo verde, com uso impressionante de efeitos especiais e de criaturas em CGi …

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  • CríticasPhoto of Fale Comigo (2023)

    Fale Comigo (2023)

    Um grupo de amigos descobre uma mão embalsamada que lhes permite conjurar espíritos. Viciados na emoção, eles começam a ir longe demais na brincadeira, dirigida de maneira apaixonada e repleta de energia pela dupla de youtubers Michael e Danny Philippou. Com um elenco de adolescentes nada descartáveis (como é comum no gênero), o roteiro sagaz sabe explorar cada personagem e levá-los a derrocadas inevitáveis, onde a morte e o gore não são o foco, e sim a destruição psicológica e degenerativa, tal qual um vício em algum tipo de droga proibida pode ser comparado — no qual a protagonista interpretada por Sophie Wilde se destaca um nível acima. O desfecho não permiti continuações bobocas, mas o universo proposto em torno da mão embalsamada abre possibilidades de outras histórias, de retcons a sequências, que sejam fechadas e com novas vítimas. Tratando com sensibilidade (e não menos crueldade) o luto e a aceitação em seu núcleo errático de figuras em tela, a dupla de diretores embute inventividade nos desdobramentos da narrativa, enquanto sabe escalar tensão e, por que não, diversão, no filme do começo ao fim, trazendo um novo e bem-vindo fôlego ao terror adolescente, que vale a pena ser conferido em …

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  • CríticasPhoto of Besouro Azul (2023)

    Besouro Azul (2023)

    Besouro Azul tem um pouco de Homem de Ferro (em especial no conflito final), de Homem-Aranha (pelo humor e maneira como a máscara de move), de Venom (só que com uma simbiose menos tóxica), e até Ms. Marvel (pela relação e importância familiar). Mas a melhor comparação dessa obra seria com a série de Cobra Kai, já que o nível cafona dos diálogos é escrito de igual maneira. Com efeitos especiais super caprichados (algo que parece ter se tornado raro em produções recentemente) e roteiro totalmente telegrafado (o filme todo está no trailer e mesmo que você não o tenha visto, já sabe como começa, para onde vai e como termina), Besouro Azul ganha principalmente no ótimo desenvolvimento de seus coadjuvantes, que são quase protagonistas. O herói principal encarnado por Xolo Maridueña é muito simpático, mas o elenco que faz seu núcleo familiar potencializa muitos momentos da narrativa, em especial os de drama e os de ação. Enquanto que de um lado, Bruna Marquezine é a melhor em tela, por uma performance equilibrada, que sabe entregar tristeza, sedução e energia, por outro, temos a pior coisa do filme, inacreditavelmente na figura de Susan Sarandon, que parece deslocada dos demais, sem …

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