Ursinho Pooh 2: Sangue e Mel

Com a promessa de corrigir os erros do filme anterior, Sangue e Mel peca no básico.

Eu fiquei relutante e pensei muito se deveria escrever algo sobre Ursinho Pooh 2: Mel e Sangue, que acompanha Christopher Robin (Scott Chambers) tentando seguir em frente com a sua vida após o massacre ocorrido no Bosque dos 100 Acres.

O primeiro filme, também dirigido por Rhys Frake-Waterfield, foi um terror slasher de baixíssimo orçamento, apresentando uma nova roupagem ao universo infantil do Ursinho Pooh (que foi um dos meus desenhos favoritos na infância, assumo). Não surpreendentemente, o filme foi um fracasso de crítica, tendo atualmente 3% de aprovação no Rotten Tomatoes.

A continuação, entretanto, veio com uma nova promessa. Mais gore, mais divertida e com muitas críticas positivas.

Confesso que não vi o primeiro filme, e mesmo tendo uma sequência animada na abertura resumindo os acontecimentos anteriores, não consegui entender realmente a história. 

Houve um massacre, a população acha que Christopher é o responsável pelas mortes e os monstros da floresta, os “amigos imaginários” da infância de Chris e os verdadeiros responsáveis, estão revoltados e decidem matar qualquer pessoa que apareça para se mostrarem fortes e se vingarem do protagonista. Fez algum sentido?

E isso é apenas o começo. O roteiro de Matt Leslie evolui para irmãos sequestrados, cientista fazendo experiência em crianças e raptor que tem as respostas para todos os dilemas do protagonista.

Tudo isso seria até aceitável se o filme pelo menos fosse divertido, mas Pooh, o líder dos monstros assassinos uma criatura humanóide com rosto e garras de urso sequer tem uma presença envolvente e assustadora, como Michael Myers ou Ghostface, e também não apresenta um humor sádico como o palhaço Art de Terrifier.  Ele é simplesmente monótono. Inclusive, Terrifier é um filme que sofre das mesmas dificuldades deste, mas que é astronomicamente mais divertido e emblemático.

Por mais gore e trash que o filme seja, as mortes não são criativas. Mesmo tendo um bom trabalho de maquiagem, parecem pouco inspiradas e algo já visto milhares de vezes. 

Dos monstros assassinos, Tigrão é o que mais se aproxima de uma figura divertida de acompanhar e infelizmente, é o monstro que tem menos tempo em tela. Sua sequência no massacre final é de longe a melhor parte do filme.

Mesmo parecendo propositada, a caracterização dos monstros também incomoda. Quase não há diferenciação entre Pooh e Tigrão, a não ser pelo rabo, e o Corujão me lembrou Ivan Ooze, inimigo do primeiro filme do Power Ranger

Scott Chambers até convence como protagonista, mostrando um jovem injustiçado, porém esperançoso e bondoso. Mas de nada adianta sua boa vontade quando o material base é um roteiro mais furado que chocolate suflair.

Dizem que Ursinho Pooh 2: Mel e Sangue é muito superior ao seu anterior. Se esse aqui é o filme bom, tenho até medo de ver o primeiro.

(E se preparem, pois o já confirmado terceiro filme vem aí)

Nome Original: Winnie-The-Pooh: Blood And Honey
Direção: Rhys Frake-Waterfield
Elenco: Nikolai Leon, Craig David Dowsett, Maria Taylor
Gênero: Terror, Slasher, Gore
Produtora: Jagged Edge Productions, ITN Studios
Ano de Lançamento: 2024
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