As Loucuras de Rose, 3 acordes e a verdade
Estrelado por Jessie Buckley (Chernobyl) e dirigido por Tom Harper, As Loucuras de Rose conta a história da talentosa e irresponsável Rose-Lynn Harlan, que sonha em se tornar uma estrela da música country. Tudo o que ela sempre quis foi uma oportunidade de sair de Glasgow e seguir para Nashville, nos EUA, onde acredita que terá sua grande chance de ser cantora.
Mas, depois de passar um ano na prisão, aos 23 anos e mãe solteira de duas crianças, Rose-Lynn se vê forçada a encarar as responsabilidades e sua mãe Marion (Julie Walters), que prefere que ela aceite a vida que tem. Até que um encontro casual a aproxima dos seus sonhos e a obriga a escolher entre a família e o estrelato.
As Loucuras de Rose
Nossa protagonista passou um ano na prisão por pura idiotice, mas logo no começo do filme ela já está de saída e suas companheiras lhe desejam sucesso na carreira musical. Rose-Lynn é totalmente irresponsável, mas muito empolgada com a cena country. Quando sai da cadeia, a primeira coisa que vai fazer é transar. Depois vai ver os filhos na casa da mãe.
A mãe, é claro, não acredita no talento da filha e consegue um emprego para ela como diarista na casa de uma mulher rica e jovem, que também tem dois filhos. Entretanto, Rose não conta à patroa sobre seus próprios filhos, escondendo sua maior responsabilidade nesta vida. A única característica que ela deixa escapar para a nova chefe é seu talento como cantora.
Três acordes e a verdade
Podemos dizer que, mesmo com muita irresponsabilidade, Rose tem sua pitada de sorte. Ela leva os filhos pra lá e pra cá, tenta educar do seu jeito e dá muitas mancadas. Mas patroa se encanta com sua música e dá seu jeito para ajudar Rose a seguir nessa carreira. Ela entende que aquilo é o que faz a moça feliz, diferentemente da mãe. Assim, Rose-Lynn fica num impasse. Enfrentar a mãe e as responsabilidades ou seguir seu sonho de cantar música country em Nashville? Você acha que deixar os filhos com a avó é abandoná-los?
As Loucuras de Rose é um filme fácil de assistir, sem aquelas reviravoltas absurdas e sem sentido. Podemos até nos identificar com a protagonista, que tem um sonho, mas ao mesmo tempo precisa ter os pés no chão e sobreviver com uma vida medíocre. Fiquei um pouco brava com a mãe de Rose, que nunca incentivava a moça a cantar, só jogava na cara dela o que ela já tinha feito de errado. Mas é a vida, né? Família ê… família ah…
Wild Rose
Apesar de dirigido por um homem, os cabras não tem vez no longa. Tom Harper conseguiu trazer todo o feminino para a tela, com bastante sensibilidade e senso de aventura. Os homens não são nem um pouco importantes na trama. Não importa quem é o pai das crianças, não importa quem são os músicos da banda, o cara que gosta de beber com Rose ou o marido da patroa. O filme é todo das mulheres.
E pode ser considerado um musical, pois quando Rose não está cantando, está ouvindo músicas country. E são músicas muito bonitas, por sinal. Eu que não conheço muito do estilo fiquei impressionada com as letras, mas mais ainda com a interpretação da Jessie Buckley. Ela cantou todas as músicas para o filme de forma magnífica, com muita garra. A moça canta muito! Quem a viu em Chernobyl nem imagina…
O filme foi destaque em festivais de cinema como Toronto, Tribeca e SXSW e entra em cartaz hoje, dia 3 de outubro, com distribuição da Diamond Films.