Avatar – A Lenda de Aang: A Promessa
de Gene Luen Yang e Studio Gurihiru, Editora Intrínseca
Um autêntico episódio de uma das sagas animadas mais formidáveis já lançadas, esse quadrinho tem praticamente todos os atributos que marcaram a animação, do traço à estrutura de roteiro, dos pontos de conflito às gags de humor, além do bom equilíbrio entre dilemas, dramas e sequências de ação.
Gene Luen Yang (de Chinês Americano e mais recentemente as HQs da DC), apoiado pela dupla criativa Michael Dante DiMartino e Bryan Konietzko (dá para sentir a mão deles em tudo), escreve essa história, que se passa um pouco após o último episódio da 3ª temporada, lidando com um problema que para o público leitor parece ter uma solução óbvia (a mim ao menos pareceu), mas que para os personagens, no momento daquela transformação social e global em que as quatro nações estão passando, é mais complexa, jogando então dilemas morais para Aang e Zuko, especialmente, enquanto Katara, Sokka e Toph atuam à margem, com diversos outros coadjuvantes, entre novos e inéditos (e que o brilhante roteiro consegue deixar com que todos sejam extremamente cativantes).
Avatar – A Lenda de Aang: A Promessa
Existe uma cidade que, depois de um século de conflito entre a Nação do Fogo e o Reino da Terra, passou a misturar seus povos, que não veem mais a dicotomia entre reinados como algo problemático e sim com naturalidade (que cem anos depois se concretizaria na Lenda de Korra). Seu líderes, porém, não veem exatamente assim, o que desencadeia as ações, que poderiam render um episódio em duas partes, por exemplo.
O Studio Gurihiru consegue captar habilmente o traço da animação e converter isso para as mais de 200 páginas do encadernado da Editora Intrínseca (que reúne várias edições menores lançadas originalmente), também sabendo explorar muito bem os recursos que só as histórias em quadrinhos são capazes de oferecer, tendo assim o melhor dos dois mundo em um só.
A leitura flui, diverte e tensiona na mesma medida, com um resultado mais do que satisfatório, servindo tanto para um novo público, como para velhos fãs, dando aquele gostinho nostálgico que Avatar costuma evocar, já que é uma obra imortal e pede sempre por novas revisitações. Por que não através de uma HQ?
Legal ainda ver os estudos de personagem ao final da edição, mas seria melhor ainda ter tido as capas originais aparecendo entre um capítulo e outro (que aqui não são divididos, mostrando tudo como uma grande e única história). De qualquer maneira, Avatar – A Lenda de Aang: A Promessa é uma leitura recomendadíssima.