Crítica: Conexão Escobar (Infiltrator)

Nos anos 80, não tinha pra ninguém… Se você ouvisse falar de cocaína no rádio ou na TV, um nome seria pronunciado a seguir: Pablo Escobar. Mesmo que a droga não fosse dele, ou que viesse de outro lugar, o nome de Pablo e o de seu país natal, a Colômbia, sempre viriam associados de alguma forma.

Naquela época, não sabíamos direito o que acontecia. Só tínhamos informações de que o cara era muito perigoso e violento e mais que isso, sabíamos que o cara mandava mais na Colômbia do que o próprio presidente.

Os anos se passaram, Pablo foi assassinado e muitas produções cinematográficas e para a televisão, colombianas e estrangeiras, documentais e ficcionais foram criadas e com elas, começamos a entender o porquê da aura “rei das drogas” do bandido do bigode. Além de ser muito inteligente, Pablo era um visionário do mal. Utilizada todos os meios possíveis e imagináveis para conseguir o que queria, nem que para isso precisasse derrubar um avião cheio de gente!

O Enredo

No filme “Conexão Escobar”, Pablo não é o personagem central. Aqui ele é apenas o alvo de uma mega operação policial que visa desbaratar as “conexões” (é claro!!) do traficante. A história, baseada em fatos reais, acontece na Flórida, em 1985. Robert Mazur (Bryan Cranston) é um oficial da “costumes”, algo como a nossa alfândega, com larga experiência em infiltrações na máfia. Depois de uma boa dica de um colega, ele decide criar uma importante operação com o objetivo de eliminar o cartel de Medellín. Usando o pseudônimo Robert Musella, ele aos poucos ascende na hierarquia do tráfico e se torna íntimo dos maiores facilitadores de Escobar.

filme conexão escobar - Bryan Cranston
Robert Mazur (Bryan Cranston) infiltrado nos cartéis

Para quem espera um thriller cheio de ação e com a “cara” pop da série Narcos da Netflix, pode ir tirando o cavalinho da chuva. Assim como na história real, o diretor Brad Furman prefere seguir o caminho do dinheiro e dos diversos jargões financeiros que nos fazem se perder rapidinho na trama. Para piorar as coisas, os clichês de filmes de “policiais infiltrados” são extremamente utilizados aqui, como nas forçadas situações que fazem com que Robert tenha que “encarar” a sua família real.

O problema fica ainda maior quando temos que acreditar que os personagem criaram laços que os fazem “titubear” antes de tomarem grandes decisões. Em nenhum momento, o roteiro fraco e a direção idem, criam situações boas o suficiente para acreditarmos nestas grandes amizades criadas na operação e muito menos que o oficial esteja mais à vontade na posição de gângster do que de pai de família.

O Veredito

Conexão Escobar tinha tudo para ser um bom filme policial: Uma boa história para se basear e um ator que, além de ser ótimo, atrai uma legião de fãs saudosos do seriado onde brilhou: Breaking Bad. É uma pena que preferiram nivelar tudo por baixo, deixar o trabalho simples e criar algo que será esquecido em apenas poucos minutos depois do fim da projeção.

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* Agradecimento Especial: Imagem Filmes

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2 Comentários

  1. Essa foi por pouco, ainda tive dúvida: meio corajoso lançar um filme do tema diante do seriado da Netflix?

  2. Essa foi por pouco, ainda tive dúvida: meio corajoso lançar um filme do tema diante do seriado da Netflix?

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