Crítica: Doutor Estranho

Scott Derrickson é, basicamente, um diretor especialista em filmes de terror. Basta dizer que a carreira dele começou com um filme da cinessérie “Hellraiser”, e que sua obra mais celebrada é o assustador “O Exorcismo de Emily Rose” de 2005.

A escolha de um profissional com esta bagagem sinistra é mais uma aposta da Marvel Studios, que se deu muito bem quando fez o mesmo com James Gunn e seu “Guardiões da Galáxia”. E quando ela tomou esta atitude, sabia muito bem que teria que ceder um pouco no aspecto comercial do longa, para que a visão do diretor pudesse encontrar o seu espaço e é quase exatamente isso que se vê em tela no filme “Doutor Estranho”.

O personagem dos quadrinhos em si, já não era muito simples de ser adaptado para o cinema, pois ele transita por situações bizarras, magias e mundos paralelos. Coisas que ainda estão muito longe do que já foi apresentado na saga da Marvel nos cinemas. Algo que pode ser explicada facilmente em três ou quatro quadrinhos bem coloridos de uma HQ, arrisca ser um grande pesadelo de blá blá blá incessante, caso caísse em mãos erradas. E é aí, que a coragem que eu citei lá em cima, entra na história: nunca um filme de super herói foi tão maluco e “fora da caixinha” como aqui.

As imagens de prédios que se adentram dentro de outros, como vemos nos trailers – parecidos com os do filme “A Origem” de Christopher Nolan – são apenas o aperitivo das loucuras visuais que Derrickson cria para a aventura do médico arrogante, o Doutor Stephen Strange (Benedict Cumberbatch), que perde os movimentos das mãos em um acidente de carro e procura a ajuda de uma sociedade secreta chamada Kamar-Taj, para reaver sua agilidade motora. As cenas com a apresentação do Doutor para o multiverso mágico é altamente lisérgica e na tela Imax 3D – onde eu vi o filme – chega até a dar uma vertigem real!!

Cumberbatch veste perfeitamente – e literalmente – a capa do Doutor Estranho. Com certeza, é um dos atores que mais se mescla ao personagem nos filmes da Marvel, ao lado de Robert Downey Jr (Homem de Ferro) e  Tom Hiddleston (Loki). Outro destaque é a atriz Tilda Swinton, que dá um banho como a Anciã e mostra, mais uma vez, que é uma artista completa. Acho até que o filme poderia tê-la aproveitado mais e a colocado por muito mais tempo na tela.

Apesar de indicar que a história teria um tom mais sério, o humor característico dos filmes Marvel se apresenta de forma bastante orgânica e dentro do tom. O grande problema do longa é que ele é uma história de origem. E não só do herói e sim de todo o universo, ou “multiversos” do personagem. Então não faltam diálogos como: “Agora estamos na dimensão espelhada, aqui nada pode afetar o mundo real” ou “Vejo que você esqueceu seu anel de conjurar portais, agora não poderá voltar para a sua realidade”. Isso tudo faz com que a história fique um pouco truncada, porém nada que atrapalhe muito a jornada.

“Doutor Estranho” é corajoso por trazer a loucura psicodélica visual – que talvez cause estranhamento no público cativo dos filmes de heróis – mas não deixa de apostar na fórmula que já deu tão certo, e tantas vezes. Loucura mesmo é imaginar como será a junção desse novo universo mágico com o espaço sideral dos Guardiões, com os universos divinos de Thor e o “mundo real” de Capitão América e cia, no filme dos “Vingadores: Guerra Infinita”

Ah… como é de praxe, existem duas cenas pós créditos bem legais e que valem a espera pelo términos das “letrinhas”!!

*Agradecimento Especial:  The Walt Disney Company (Brasil)

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2 Comentários

  1. Sensacional meu amigo, assisti esse fim de semana e ainda estou fazendo gestos com as mãos na esperança que saia alguma conjuração.

  2. Sensacional meu amigo, assisti esse fim de semana e ainda estou fazendo gestos com as mãos na esperança que saia alguma conjuração.

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