Crítica: Meu Amigo, O Dragão

E a onda da Walt Disney Pictures de fazer filmes live action de suas animações e filmes antigos não para! Depois de Malévola, Cinderela, Alice no Pais das Maravilhas e Mogli, o Menino Lobo, agora chega a vez de Meu Amigo, O Dragão, que é baseado em um filme de mesmo nome, que foi lançado em 1977.

No filme antigo, o menino Pete (Sean Marshall) foge de casa com seu melhor amigo: o dragão Elliot. Eles passam a viver numa pequena cidade com uma família humilde. Quando seu dragão é descoberto, Pete precisa salvá-lo dos homens maus. Nesta versão, o dragão é criado em animação manual, parecido com o estilo de Uma Cilada para Roger Rabbit.

Na refilmagem de 2016, a história ficou um pouco diferente! Pete (Oakes Fegley), um menininho de cinco anos, sofre um acidente com sua família. Sozinho em meio a uma floresta escura e povoada de animais perigosos, ele encontra um dragão que apelida de Elliot, o salva e tem-se aí o começo de uma grande amizade. Seis anos depois, o menino é encontrado e o Dragão é revelado para a população de uma pequena cidade no interior americano.

O clima da nova aventura remete – e muito – aos filmes infantis dos anos 70 e 80 – apesar da computação gráfica pesada do dragão. Assim a trama e os personagens têm tempo para desenvolver-se sem que haja aquela correria habitual dos desenhos de hoje em dia. Até a trilha sonora, com muita música country, contribui para a serenidade do enredo.

A figura de Mr. Meacham (Robert Redford, impecável!), que é uma espécie de velho sábio e que só as crianças levam a sério – já que ele encarou a criatura no passado e ninguém acredita nele – é de uma delicadeza e autenticidade incríveis. Não existe um momento em que ele aparece no filme, que não ficamos encantados, aguardando para ouvir o que ele tem a dizer.

Bryce Dallas Howard interpreta Grace, a filha de Meacham. Ela também é uma guarda protetora da floresta e traz a força e a feminilidade necessária para evoluir o real argumento do longa, que é o do amor maternal, seja o dela ou o do próprio Dragão.

Apesar de não se justificar muito bem o porquê da afeição instantânea de Grace pelo menino Pete, a atriz transmite uma emoção tão genuína, que fica difícil torcer o nariz para suas ações e decisões um tanto “atabalhoadas” no decorrer da história.

De resto é a fofura do dragão que, diferentemente do original, não fala. E um roteiro enxuto, porém bem escrito.

É claro que existem clichês aos montes, situações bobas e personagens rasos, todo o cinema infantil é povoado deles. A grande diferença aqui é que quando o diretor e roteirista David Lowery (Amor Fora da Lei) resolve dar voz a seus protagonistas, a humanidade deles fica tão plausível, que um dragão peludo gigante passa a fazer o maior sentido do mundo.

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