Deserto Particular

Deserto Particular é protagonizado por Antonio Saboia (Bacurau), como Daniel, um policial afastado do trabalho depois de cometer um erro. Ele mora em Curitiba, com um pai doente, de quem cuida com devoção. Taciturno, Daniel fala pouco, e sorri menos ainda. Seu único motivo de alegria é a misteriosa Sara, uma moça que mora no sertão da Bahia, e com quem se corresponde por aplicativo de celular. O desaparecimento súbito de Sara faz com que Daniel resolva cruzar o país em busca de seu amor.

O diretor Aly Muritiba trabalha as nuances com sensibilidade, dizendo muito com pouco e deixando nas lacunas uma brecha para o público completar a narrativa, sobre a jornada de um policial curitibano, que guarda um trauma recente enquanto cuida do pai doente, atravessando o país em busca do amor.

Exaltando o contraste entre duas regiões tão distintas do Brasil (o sul e o nordeste), tanto na fotografia quanto na linguagem, Muritiba explora a tridimensionalidade dos ambientes com muita eficiência, enquanto vira a trama do avesso, para jogar luz para um outro personagem e então dizer o que realmente queria dizer com sua história, contando duas em uma e deixando, mais uma vez, pequenas janelas para o espectador preencher.

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