Dica de Filme: A Chave Mestra

Assistimos um dos mais badalados filmes de Lain Softley (o mesmo diretor do K-Pax), com roteiro de Ehren Krueger (O Chamado), Chave Mestra (Skeleton Key, 2005 USA). Para quem curte um filme de horror e suspense com uma dose de sobrenatural, e um final corajoso, é um prato cheio.

Os pântanos da Louisiana já foram cenários de vários filmes clássicos, mas o primeiro que nos vem à mente é, sem sombra de dúvida, o começo de Entrevista com o Vampiro, onde Brad Pitt e Tom Cruise passeiam por entre aqueles casarões sulistas no começo do século. Antes disso, claro, tivemos um dos meus filmes preferidos, Coração Satânico, que também se passa em Nova Orleans, terra do Mardi Grass e do Jazz, com aqueles trompetistas enormes e suas músicas contagiantes… ah… e o voodoo!

– Aquele dos bonecos espetados com alfinetes? – pergunta a garotinha ruiva da segunda fila.

Sim crianças, aquela magia suja e perigosa, cheia de ossos de galinha, sangue de branquelas e pó de tijolo espalhado no chão. Aquela coisa de crioulo que os brancos azedos morrem de medo nos filmes. Mas, para funcionar, o voodoo tem um grande problema: é preciso que as vítimas acreditem nele. E, como já dizia o pica-pau, Voodoo é pra Jacú.

Confesso que o trailer deste filme que estava passando nos cinemas é uma porcaria e quase me fez desistir de ir assisti-lo. Sabe aqueles trailers meia-boca feitos às pressas pelo estagiário da produtora? Pois é. Por ele, eu imaginava que seria um daqueles filmecos meia-sola no estilo Bogeyman (passem longe desse, é o lixo dos lixos do lixo dos filmes de monstro – prometo que ainda vou escrever uma coluna sobre os dez piores filmes de monstros de todos os tempos e esse está no topo da lista).

Mas, as críticas americanas estavam boas, e o filme era do mesmo roteirista do excelente Chamado, então resolvi arriscar e valeu a pena! Chave Mestra é um dos filmes mais bem bolados dos últimos tempos. Portanto siga o conselho do tio Marcelo e vá assistir, para não se arrepender depois.

Fazia tempo que eu não via um filme de baixo orçamento tão bom, baseado só em uma história sensacional e bem montada, sem depender de sustos baratos ou de monstros digitais para assustar o espectador. Chave Mestra tem tudo para virar um cult do suspense. O filme começa devagar, jogando uma ou outra coisinha aqui ou ali, dando pistas o tempo todo para começar a esquentar lá pela metade, quando toda a arapuca está armada e você já não tem mais como sair da armadilha na pele da protagonista…

Nossa história começa com a bela Caroline Ellis (Kate Hudson, a loirinha gracinha de Quase Famosos) desistindo de seu emprego como enfermeira em um hospital mequetrefe em Nova Orleans para procurar um trabalho temporário como acompanhante do casal de velhinhos Ben (John Hurt), que sofreu um derrame recentemente e está preso a uma cadeira de rodas, e Violet Devereaux, sua esposa superprotetora, em um casarão no melhor estilo “entrevista com o vampiro” no meio de um pântano na Louisiana.

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Para tomar conta da mansão, Caroline recebe uma chave mestra que abre todas as portas da casa (a tal chave mestra do título), mas seus problemas começam quando ela encontra por acaso uma porta no sótão que sua chave não é capaz de abrir…

O clima do filme é muito bom, com aqueles angustiantes ossos de galinha e penduricalhos vudu por toda parte, lembrando uma mistura de Além da Imaginação com Coração Satânico (Angel Heart), com uma pitada de Possuídos e Sexto Sentido.

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