Dica de Filme: Sin City, perfeição do retrato da violência
O filme de Robert Rodriguez e Frank Miller, adaptação do HQ de sucesso de mesmo nome, é mais do que um filme; é uma obra de arte impressionante, mesmo se você for um herege que nunca teve a oportunidade de ler a série. Absolutamente TUDO é perfeito. Do enquadramento à música, dos efeitos especiais à ultra violência, da caracterização dos personagens aos cenários.
Já sabíamos que o filme seria um sucesso com base no trailer e pelos sites americanos de box-office, que indicaram cerca de US$ 50 milhões de faturamento em poucos dias do seu lançamento, mas assistir à toda a trama da três histórias filmadas (The Hard Goodbye, The Big Fat Kill e That Yellow Bastard) é uma emoção para qualquer fã de quadrinhos que se preze. Chega a arrancar lágrimas dos olhos…
Para quem já leu Sin City, não há absolutamente nenhuma novidade em relação à HQ… nada de “teia orgânica”, “cinco viajantes recebendo raios cósmicos”, “Tom Sawyer”, “Cadê o Tom Bombadil?”, “poodles verdes gigantes”, “bat-mamilos” ou qualquer outro tipo de adaptação tosca que os diretores adoram enfiar goela abaixo dos fãs. Não há liberdades criativas ou licenças poéticas. O filme ÉÉÉ o quadrinho. Os mesmos ângulos, as mesmas tomadas, as mesmas frases, os mesmos diálogos. Há apenas UMA mudança pequena em uma das histórias, mas eu não vou contar qual é, só de sacanagem.
Para quem não leu as HQs, ainda assim é um grande programa. O filme foi inteiramente rodado com os atores contracenando contra tela verde, com cenários digitais adicionados posteriormente (como o Capitão Sky e o Mundo do Amanhã), com luzes, sombras e alto contraste, permeados por alguns objetos coloridos quando necessário. As histórias são boas e a narrativa é emocionante. E o filme está recheado de estrelas: Bruce Willis, Mickey Rourke, Jessica Alba, Clive Owen, Nick Stahl, Michael Clark Duncan, Benicio del Toro, Elijah Wood, Rutger Hauer, Michael Madsen e o próprio Frank Miller (fazendo uma ponta como o padre boca-mole). Se nada disso te convencer, vá pelas meninas de pouca roupa da Velha Cidade ou pela dança sensual da Jessica “skinny Nancy” Alba.
Uma das coisas que também chamou a atenção foi a violência do filme. Rodriguez não deixou barato e a pancadaria, sangue e membros mutilados e/ou alvejados corre solta. Sin City levou um “R” nos Estados Unidos e “18 anos” em quase todos os cinemas ao redor do mundo.
Como fanboy de Sin City, não consegui me decidir sobre qual personagem achei mais interessante ou qual maquiagem está mais perfeita. Até mesmo personagens secundários como o Cardeal Roark (Rutger Hauer careca), Gail (Rosario Dawson, linda), a pequena Miho (Devon Aoki) ou Manute (Michael Clark Duncan)… oras… até mesmo os personagens figurantes (policiais, médicos e até mesmo o maluco parecido com o Wolverine) são iguais!