Dica de Filme: Tuno Negro, um filme de terror trash que vale

Estava eu zappeando ontem a noite na TV a cabo quando me deparo às duas e meia da manhã com o seguinte título: “A confraria da Morte” no Max Prime da HBO. “Oba” – pensei eu “deve ser algum filme tosco do Vincent Price”. Vamos ver do que se trata”.

Quando o locutor da HBO anunciou “um grupo de assassinos busca suas vítimas em um campus com a ajuda da internet” eu juro que quase desliguei a TV. Se não fosse a insônia e a total falta de atrações em outros canais, eu teria perdido um dos filmes espanhóis mais divertidos dos últimos tempos.

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O nome verdadeiro do filme é Tuno Negro – La Ignorancia Mata. Filme trash de 2001 dirigido pelo desconhecido e estreante Pedro L. Barbero, com orçamento baixo e atores completamente desconhecidos, mas com destaque para a mocinha Alex (a gatinha Silke Klein). Tuno Negro começa como um filme estilo Pânico ou Eu-sei-o-que-você-fez-no-verão-passado, com um serial killer atacando alunos desavisados na universidade de Salamanca, na Espanha (aliás, destaque para a lindíssima arquitetura gótica da faculdade e da catedral, que já valem o filme).

O assassino se baseia em uma lenda espanhola chamada Tuno Negro: na idade média, os estudantes pobres que não podiam pagar pela faculdade tocavam em tavernas para arrecadar dinheiro para pagar seus estudos e eram conhecidos como Tunos (menestréis). Com o tempo, estudantes ricos começaram a fazer a mesma coisa, o que complicou a vida dos verdadeiros tunos, que decidiram fundar uma sociedade secreta e matar os falsos menestréis. A Inquisição ficou sabendo dos assassinatos e capturou o grupo, queimando-os em praça pública e dizem que os espíritos dos tunos voltariam para se vingar.

Falando assim parece um daqueles filmes de horror divertidos, porém extremamente previsíveis. O filme tem todos os elementos que você espera de filme trash de baixo orçamento: muito ketchup, um serial killer que mata com uma faca serrilhada, veste uma roupa bizarra e desaparece sem deixar vestígios, um grupo de cinco jovens que auxiliam a polícia e vão morrendo até só sobrar o casal bonitinho de protagonistas…. certo?

Errado. O final do filme é imprevisível, diferente e muito legal. As motivações do(s) serial killer(s) são interessantes (mesmo sendo absurdas) e o público fica sendo jogado de um lado para o outro até o final do filme, sem saber exatamente o que acontecerá em seguida.

Para quem gosta de filmes trash, é uma grande pedida.

 

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