Dica de Série: Gotham – 3ª Temporada

A 3ª temporada de Gotham finalmente encontra sua identidade ao saber dosar bom uso de personagens e arcos curtos funcionais, mantendo a canastrice de sempre no climão noir que Gordon ajuda a estabelecer, começando a trama como um detetive que ligou o foda-se ao perder a mulher que amava, ao mesmo tempo que o Chapeleiro Louco começa a aplicar seu caos sobre Gotham gradualmente.

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A relação do protagonista com Lee, assim como de Bruce com Alfred continuam sendo os grandes acertos da série, mas quem ainda continua roubando as atenções são Pinguim e Charada, que lá pelas tantas iniciam um jogo de gato e rato bastante interessante, cheio de reviravoltas absurdas e desfechos imprevisíveis. A sempre descartável Fish Mooney até tenta reencontrar seu brilho da primeira temporada, mas finalmente os produtores enxergaram o quão desnecessária é a personagem e a usam somente para situações específicas, até não precisarem mais.

O lance do sangue de Alice Tetch gera uma trama maior até o fim, que rende ótimos momentos (onde muita coisa lembra os filmes de Batman do Nolan), principalmente com o Capitão Barnes e Mário Calvi, filho de Falcone. E por mais cretino e forçado que seja a solução do crescimento de Ivy, pra se tornar a sedutora Hera Venenosa, a ingenuidade, deliciosidade e carisma da vilã é tanta, que compensa o recurso besta. Ainda acho Cameron Monaghan péssimo como Jerome/Coringa, em sua imitação barata ora de Nicholson ora de Ledger, mas pelo menos ele cria gatilhos bons para Bruce vir a se tornar o vigilante de Gotham.

Selina acaba sobrando um pouco no geral e o uso do clone de Bruce (que poderia culminar no Azrael, mas parece que não será isso) fica um pouco subaproveitado, no meio de tanta maluquice, ascensões e quedas de poder, mortos que voltam com tanta naturalidade que ninguém mais estranha e personagens descartados sem mais nem menos (isso mesmo, Valerie Vale).

Por fim, a Corte das Corujas funcionou dentro de sua proposta cheia de mistérios que nunca chegam a algum lugar de fato, somente para revelar Ra’s Al Ghul e começar a transformação de Bruce em Batman, ainda que o recurso de “escolhido” seja extremamente batido e desnecessário, fica válida a ousadia da série em brincar com isso. No mais, quero muito ver Solomon Grundy renascendo! 

De forma geral, Gotham caminha tranquila com as próprias pernas em uma série com personalidade própria e diversão escapista na medida.

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