Dica de Série: Vikings

Comecei a assistir Vikings quando a temporada de Game of Thrones entrou em um hiato, e confesso que foi uma experiência muito boa. Deveria ter começado a assistir esta série do History Channel antes. Filmado na Irlanda, Vikings teve como inspiração as histórias envolvendo o famoso viking Ragnar Lothbrok, um dos mais conhecidos heróis nórdicos, célebre em sua época pelas suas incursões na França e na Inglaterra.

A série retrata Ragnar como um agricultor escandinavo que vai ficando cada vez mais maluco ao longo das temporadas, responsável por idealizar as incursões pioneiras à Inglaterra, e eventualmente tornando-se Rei da Dinamarca.

Ragnar tem o auxílio de seus companheiros guerreiros, o seu irmão Rollo, o seu filho Björn Ironside e as suas esposas, a escudeira Lagertha e a princesa Aslaug. A fotografia lembra bastante a do Game of Thrones (acredito que seja proposital) mas a pegada é bem diferente. A trama é focada, primeiramente, na vila onde os vikings moram, suas aventuras e desventuras diárias e seus primeiros saques à ilha da Britânia. O que faz a série verdadeiramente bacana é que ela é baseada em fatos reais e a pesquisa histórica foi bastante aprofundada, então é possível viajar no tempo e imaginar-se em campanha junto com os insanos vikings tatuados e seus machados de guerra. Claro que, graças ao bom Odin, filmes de TV não possuem cheiro, porque com certeza não era um período da história onde nenhum de nós gostaria de ter vivido.

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Destaque hermético para o viking que realiza os oráculos com runas e suas previsões, que são bem interessantes e seguem os padrões tradicionais de leitura deste oráculo maravilhoso. Muita gente me pergunta o por quê dos oráculos deste período e de muitos outros filmes e textos a respeito serem deformados, depravados e desfigurados (lembram-se dos oráculos do filme 300? das Nornes e das Graea, as velhas bruxas que possuíam um olho e um dente?). A razão para isto é que neste período da história as pessoas costumavam viver só até os vinte e poucos anos. Um príncipe com dezoito anos já era considerado um adulto capaz de lutar em guerras (ao contrário dos adolescentes de vinte anos de hoje que mal sabem limpar a própria bunda direito sem derrubar o celular na privada). Um guerreiro com trinta anos já poderia ser considerado um ancião e geralmente seu corpo já estava tão desgastado pelo trabalho árduo que sua aparência era mesmo a de um velho. E pessoas que chegavam a passar dos cinquenta anos eram considerados bruxos e feiticeiros sábios. Alguém que tenha chegado aos sessenta vivendo nas condições nórdicas do século VIII teria a aparência de um Matusalém.  Além disso, era comum que as crianças que nascessem com qualquer deformidade fossem entregues para os cuidados destes bruxos, que viviam naturalmente afastados das vilas e, por conseguinte, passavam os conhecimentos da floresta para a próxima geração.

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O símbolo por trás da exclusão social daqueles que possuíam contato com os espíritos reflete o medo que as pessoas da sociedade possuem daqueles capazes de enxergar o futuro, dando a eles características de Cassandra, a vidente grega que estava sob a maldição das pessoas nunca acreditarem em suas profecias. Afinal de contas, se enxergar o futuro funcionasse da maneira que os filmes retratam, todos os videntes deveriam ser ricos e poderosos, certo?

Como sempre, não vou dar spoilers nem falar que as cenas de luta são sensacionais e a pancadaria come solta, que tem muito sangue, golpes de machado e cabeças voando. Com certeza se você for um fã da cultura viking, não tem como não gostar deste seriado.

Atualmente na quarta temporada finalizada, aguardando a quinta temporada no Netflix.

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