Drácula, de Bram Stoker

Narrado por meio de recortes de jornal, diários e cartas, este clássico da literatura retrata o mal absoluto e o mistério de uma maneira que um filme nunca poderia reproduzir.

As inúmeras adaptações cinematográficas e o lugar crucial do conde Drácula na cultura popular criaram uma mitologia em torno dessa figura, que costuma ser vista como um dândi sedutor em traje de gala e capa preta. A versão original do vampiro mais famoso da literatura surpreenderá até mesmo os admiradores mais fervorosos ao contar a história desse aristocrata sisudo e muitas vezes repulsivo. Quando um agente imobiliário ajuda um conde a comprar uma propriedade em Londres, não poderia imaginar o mal que estava levando ao Ocidente. Na partida de xadrez que se segue, entre esse nobre perturbador (que pouco aparece, mas é onipresente) e um determinado grupo de adversários (que inclui o professor Van Helsing e a inteligente Mina Harker), o que está em jogo vai além da luta entre a vida e a morte.

Fonte: https://www.amazon.com.br/Dr%C3%A1cula-Bram-Stoker/dp/8582850050?tag=kns00-20&ascsubtag=31dfeebf-4bf9-4bb3-bafd-abf7abb93e8a7

 

Embora não seja o primeiro vampiro da literatura (esse lugar é de Carmilla, de Sheridan Le Fanu), Drácula é certamente o mais conhecido e não existe uma pessoa que já não tenha ouvido falar dele. O personagem já está completamente mergulhado no imaginário popular, mas nem todo mundo sabe de fato, sobre o que livro se trata.

Na história, Jonathan Harker, um jovem advogado, fica responsável por fazer uma transferência de uma casa em Londres para um homem misterioso, chamado Conde De Ville. Para tal, ele vai até o castelo do Conde, na Transilvânia. Logo, Jonathan percebe que na verdade, ele é prisioneiro no castelo e que muitas coisas estranhas acontecem por lá.

Enquanto isso, o Conde viaja a Londres, e a partir desse momento, Lucy Westenra, amiga de Mina Murray (noiva de Jonathan), começa a sofrer de sonambulismo e pela manhã, quando acorda, ela aparece cheia de marcas.

Christopher Lee, como Drácula.

Drácula é livremente baseado na figura histórica de Conde Vlad III, conhecido por empalar suas vítimas, mas boa parte do conteúdo do livro é criação de Stoker.

O romance é escrito de maneira epistolar, então, temos trechos do diário de Mina, de um relato de Jonathan, enquanto se encontra prisioneiro no castelo de Drácula, alguns recortes de jornal, e até algumas entradas no diário do capitão do navio que leva Drácula até Londres.

A importância de Drácula para a literatura de horror e até para a literatura de uma forma geral é enorme, ele estabeleceu muito do folclore do vampiro que é usado até hoje. É impossível escrever uma história de vampiro sem recorrer a Drácula.

O vampiro é uma criatura que nunca sai de moda, em um momento ou outro, ele retorna. Nos anos 70, a criatura voltou a cena com uma série de filmes que misturavam vampiros e sexualidades. Nos anos 90, ele ressurgiu devido ao sucesso de Entrevista Com o Vampiro e os outros livros de Anne Rice. Posteriormente foi um dos temas principais do seriado Buffy, a Caça Vampiros, e já nos anos 2000, reapareceu junto com a febre Crepúsculo, embora os vampiros da saga estivessem bem longe de Drácula.

Bela Lugosi, na versão mais famosa do vampiro.

Os personagens do livro de Stoker são extremamente interessantes e bem escritos, além de serem referências para outras obras até hoje, Mina Harker praticamente domina o livro, embora ela pareça uma donzela indefesa típica dos livros de romance da época, Mina é inteligente e é capaz de fazer tudo tanto pela amiga Lucy, quanto pelo noivo, Jonathan. Isso para um livro escrito em 1897 é incrivelmente surpreendente. Já Van Helsing, tem como papel ser o professor mais velho e sábio, especialista em vampiros, que surge para ajudar Lucy. A importância de Van Helsing é tão grande que ele foi citado em vários livros e filmes depois disso e até ganhou um filme próprio em 2004.

E claro, o personagem que dá nome ao livro é também o seu vilão. Por outro lado, Drácula é um personagem tão sedutor que é muito fácil se ver perdido em suas palavras, um preceito que certamente acompanha a ideia de vampiro até hoje.

O livro é cheio de personagens secundários como Reinfield, um homem considerado louco que espera a chegada de Drácula, Lucy e seus pretendentes, um mais desesperado para impressioná-la que o outro e as três esposas de Drácula, que habitam seu castelo.

Drácula também é um prato cheio para os fãs de horror, uma vez que tem imagens fortíssimas e assustadoras, como quando Jonathan vê o Conde andando como um lagarto pelas paredes do castelo, ou quando as três esposas devoram um bebê recém nascido.

Gary Oldman é Drácula no filme de Frances Ford Coppola.

O livro foi escrito 1897, por isso a linguagem e consequentemente, a leitura é um pouco mais difícil do que de um livro escrito atualmente, mas com um pouco de esforço, a leitura se torna extremamente interessante.

A primeira vez que Drácula foi adaptado para o cinema foi na verdade, em Nosferatu, de 1922. Embora não se use o nome de nenhum personagem do livro, a história é praticamente a mesma. Depois disso, ele foi adaptado para o cinema em 1931, com Bela Lugosi no papel de Drácula e então, em 1958, com Christopher Lee como Drácula. Mais recentemente, Gary Oldman assumiu o papel do vampiro mais famoso da literatura no filme de Frances Ford Coppola, Drácula de Bram Stoker (1992).

Drácula até hoje já apareceu em 217 filmes, contando adaptações do livro, versões e histórias que não são diretamente ligadas à obra. Ele perde apenas para Sherlock Holmes nesse quesito.

Provavelmente o maior clássico do terror de todos os tempos, Drácula é uma obra quase obrigatória para os fãs do gênero e de literatura em geral.

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