Entre Rosas
Comédia morna
Eve Vernet (Catherine Frot) já foi considerada uma das maiores produtoras de rosas de sua região, mas atualmente está desatualizada e se recusa a modernizar seu trabalho. À beira da falência, sua secretária, Vera (Olivia Côte), contrata três funcionários que não sabem nada de flores. Mas o que Eve não imagina é que eles a ajudarão a mudar de vida e de perspectiva.
A protagonista
Quando começa, Entre Rosas é um filme bem centrado em Eve, sua protagonista. Eve é dona de uma grande plantação de rosas e, no passado, foi uma grande designer dessas flores, mas que acabou caindo no esquecimento, isso porque ela não segue as leis do mercado de flores. Eve é, além de tudo, muito teimosa e se recusa a mudar.
Mas ela também está à beira da falência e vê que está ficando cada vez mais irrelevante no seu meio de trabalho, por isso ela decide se dedicar a uma única espécie de rosa: a rosa lion.
O problema é que um único homem tem a “receita” para fabricar a rosa lion e ele não quer dividi-la com ninguém. Eve, no entanto, coloca na cabeça que vai conseguir criar essa rosa e o filme passa a focar basicamente nessa questão.
Uma comédia sem muita graça
Entre Rosas é uma comédia, mas ela não é especialmente engraçada. Tudo bem que não parece mesmo ser a ideia do filme apresentar uma comédia histérica e pastelão onde a plateia não pare de rir em nenhum minuto, os momentos engraçados aqui são mais sutis, mas eles não funcionam por muito tempo.
Existe uma certa graça nesses personagens que são colocados dentro dessa enorme plantação de rosas: Eve, a dona do local, é teimosa e faz o que bem entende, mas também é completamente dedicada às flores; Vera, a secretária super fiel e super certinha para quem Eve eventualmente precisa mentir; e os três novos funcionários, Fred (Melan Omerta), um ex-detento, Nadège (Marie Petiot), uma moça muito assustada e Samir (Fatsah Bouyahmed), repleto de boas intenções, mas com pouco conhecimento.
Também existe comédia na maneira com que eles se relacionam e como se dá a dinâmica entre eles. Em determinado momento, Entre Rosas aposta até em aspectos da comédia de erros, já que o que temos em tela são três funcionários completamente atrapalhados que cometem erros com bastante frequência, mas o humor do longa se torna um pouco cansativo com o tempo e o filme começa a se arrastar.
Aspectos técnicos de Entre Rosas
É impossível dizer que a trama não é criativa, ela aborda temas que poucas vezes são vistos no cinema, o cenário é até inusitado. Aqui acompanhamos uma produtora de rosas que cria novas espécies da flor, mas que diferentemente de outros produtores da área, se recusa a trabalhar em várias rosas ao mesmo tempo. Em função dessa originalidade não só em relação à protagonista, mas também à trama, que também circunda esse universo, em alguns momentos o filme parece uma grande aula sobre as flores em questão, uma vez que Eve passa bastante tempo explicando como plantar, cuidar e até criar rosas.
As rosas são, aliás, o elemento chave do filme, elas estão presentes em quase todas as cenas, seja nas rosas de verdade, no jardim de Eve – cenas lindíssimas -, na decoração, nos quadros da casa e nas fotos das flores que estão espalhadas por todos os lugares.
O filme tem também um bom elenco, afinado, que se sai bem em grupo e que tem seus bons momentos, fazendo a plateia rir. Mas essa é uma comédia bem leve, que não parece querer fazer só o seu telespectador rir, mas também se emocionar em alguns momentos. O resultado, no entanto, é uma comédia contida, que aposta em algumas cenas divertidas e várias trapalhadas desses personagens, mas que depois de um tempo se torna cansativa.
Entre Rosas é um filme razoável, que entretém por um tempo, mas que não prende a atenção da audiência até o final, ainda que suas paisagens e cenários sejam lindos. O filme chega aos cinemas no dia 1 de setembro.